Política

“Um milhão de infectados por uma gripezinha”, lamenta Fábio Trad

“Hoje é um dia muito triste, no qual devemos chegar à casa de 1 milhão de pessoas infectadas pela Covid-19 no Brasil, além de quase cinquenta mil mortes. São cinquenta mil famílias e estruturas psicológicas abaladas. E tudo por conta de uma gripezinha”, lamentou o deputado federal Fábio Trad (PSD-MS), relembrando a expressão despreocupada do Presidente da República em discurso feito, três meses atrás, em rede nacional de rádio e televisão.

“E isso tudo deve-se às decisões do presidente não assumir sua responsabilidade de enfrentar, de encarar, de ser um líder nacional e um chefe de governo para combater essa pandemia”, disse o parlamentar no bate-papo virtual que promove semanalmente em suas redes sociais.

“Suas intervenções foram trágicas, ora dizendo que o isolamento social era um exagero, ora defendendo de forma obsessiva a opção pela hidroxicloroquina, que provou-se ineficaz no combate da Covid-19, demitindo dois ministros da Saúde com perfil técnico para nomear um general que conhece tanto de saúde quanto eu de astrofísica”.

Em sua live semanal, Trad comentou outros temas quentes da agenda nacional, como a demissão Abraham Weintraub do Ministério da Educação e de sua indicação para a direção do Banco Mundial, e a nomeação de seu colega de partido, deputado Fábio Faria (PSD-RN), para o novo Ministério das Comunicações.

“Insólita, absurda! O posto no Banco Mundial exige do executivo características de diplomacia, boa articulação, poder de diálogo, convencimento e muita gentileza na relação com seus pares e equipe, tudo o que falta em Weintraub”.

Trad também criticou o último gesto controverso que marcou o período do ex-ministro na Pasta, de revogar a política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação nas universidades, e aproveitou a oportunidade para adiantar seu posicionamento: “meu voto é não”!

Para o deputado, as frequentes atitudes e reações intempestivas do presidente podem prejudicar a estratégia do Governo de tentar construir uma coalisão com o Centrão no Congresso Nacional.

“Qual é o limite do Centrão? É a rua! Se ficar erudindo demais, o Centrão desembarca! E desde quando o Bolsonaro assumiu não há uma semana sequer que ele não cause turbulências, que não dê declarações e polêmicas que abalam as estruturas. Isso é uma estratégia? Se for, onde quer chegar com isso? Porque só prejudica a imagem dele. É para dialogar com seu reduto fiel de eleitores? Mas ele não é o presidente de todos? Então tem de governar para todos”.

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