Senadores criticam dificuldade de acesso a documentos do Ministério da Saúde
Na abertura da reunião da CPI da Pandemia nesta sexta-feira (25), o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou uma suposta falta de transparência do governo e reclamou que o Ministério da Saúde não tem permitido o acesso de técnicos do Senado e do TCU aos documentos que tratam da compra de vacinas contra covid-19.
Segundo Renan, já são 25 dias sem resposta ao ofício do Senado que pedia informações sobre as compras.
O relator também reclamou de “informações contraditórias” sobre as visitas do empresário Carlos Wizard ao Palácio do Planalto. Wizard é um dos convocados da CPI, com depoimento marcado para a próxima quarta-feira (30).
— Vamos continuar investigando. A tarefa não é fácil, para que isso aconteça é importante que as pessoas do governo saibam que podem incorrer em problemas, na medida em que não facilitam esses acessos — reclamou Renan.
O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), lembrou que a legislação que trata do funcionamento das CPIs define que é crime a prática de ameaças e a omissão de documentos requeridos pelo colegiado. De acordo com o senador, a demora do Ministério da Saúde já chega a duas semanas para alguns documentos. Ele chegou a sugerir que a CPI pense em uma advertência formal para ser encaminhada ao governo.
Em resposta, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), pediu uma reflexão sobre a grande demanda que o Ministério da Saúde tem recebido nos últimos tempos, por conta da pandemia do coronavírus. Ele reforçou a certeza de que o chefe da pasta, ministro Marcelo Queiroga, irá colaborar com o acesso necessário às informações demandadas pela CPI.