Política

Senador quer audiências para debater instalação de cassinos no país

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) informou, em pronunciamento nesta terça-feira (16), que requereu, na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), a realização de oito audiências públicas para discutir, em oito diferentes capitais, a ideia de instalação de cassinos em resorts pelo país. Segundo ele, essa é uma forma de chamar a atenção da sociedade para o perigo dessa ideia que deverá ser intensamente debatida nos próximos meses.

Ele afirmou que, com a legalização dos jogos de azar, o tráfico de drogas e armas, a prostituição, incluindo a infantil, e outros problemas que ajudam a “devastar as famílias” passam a fazer parte do dia a dia das localidades onde esses espaços são abertos ao público. A medida também abre a porta para a lavagem de dinheiro, a corrupção e a sonegação fiscal, alertou o senador.

Diferentemente do que advogam os favoráveis à ideia de instalação de cassinos nos resorts, afirmou Girão, a medida também não vai gerar os empregos prometidos. Na sua avaliação, haverá a migração de trabalhadores de outros setores da economia para os cassinos.

“A verdade precisa vir à tona. Você precisa participar, enquanto ainda há tempo. O Brasil não precisa disso. O Brasil precisa de investimento no turismo, em estradas, aeroportos, segurança pública, porque nós temos muito turismo saudável para fazer aqui. Nosso país é lindíssimo, bonito demais, mas não precisa disso. Isso é uma jogada que tem outros interesses escusos por trás”, disse.

Eduardo Girão também lamentou o fato de a questão estar ganhando força dentro do governo. À época da eleição, lembrou o senador, o então candidato Jair Bolsonaro se manifestou contrariamente a essa possibilidade. Mas agora, com a força dos lobistas e a pressão do chamado Centrão, que passou a ocupar cargos na administração federal, foi criado um grupo de trabalho, envolvendo autoridades de alguns ministérios, para discutir a legalização dos jogos de azar.

O senador citou ainda estudo do professor Earl Grinols, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que indica que, para cada dólar que se arrecada com a tributação dos cassinos, o governo gasta outros US$ 3 para fazer frente a despesas de saúde, segurança pública e controle da atividade.

Girão acrescentou ainda que integrantes de associações ligadas à Polícia Federal e à Receita Federal do Brasil disseram que o país não tem condições de fiscalizar os cassinos. Ele informou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em nota técnica, se manifestaram da mesma maneira.

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