PSL ameça tirar Capitão Contar e por suplente na ALEMS
O jogo virou no gabinete do deputado estadual Renan Contar. Fiel ao presidente da República Jair Bolsonaro (Sem Partido), o parlamentar sul-mato-grossense, que cumpre o seu primeiro mandato, foi surpreendido pelo partido ao qual é filiado. Conforme o processo, caso opte por deixar a agremiação, o PSL irá recorrer à Justiça Eleitoral para que o suplente possa ocupar a cadeira em seu lugar.
Contar, que foi um dos beneficiados pelo chamado ‘efeito Bolsonaro’ no pleito de 2018 – figura pouca conhecida mas que acabou eleita e com a maior quantidade de votos para o cargo -, entrou com pedido de desfiliação do PSL alegando ‘justa causa’, medida que os políticos usam para trocar de legenda sem o risco de perderem seus mandatos.
“Práticas obscuras na gestão administrativa e financeira do PSL, totalmente contrárias às diretrizes partidárias e às propostas apresentadas no pleito eleitoral de 2018, inclusive no tocante à forma unilateral com a qual vem sendo gerido o partido, que não se coadunam com os compromissos e o ideário que foram abraçados pelo ora requerente quando de sua filiação e candidatura, resulta impossível a sua permanência no quadro da agremiação”, cita um trecho da justificativa do parlamentar para deixar o PSL sob justa causa.
O deputado quer disputar a prefeitura de Campo Grande, porém, o PSL já escolheu o vereador Vinicius Siqueira (ex-DEM, hoje PSL) para a disputa. Com isso, Contar tenta trocar de partido para concorrer a sucessão municipal. Ele tinha como esperança a criação do Partido Aliança Pelo Brasil, liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas a sigla não foi reconhecida pelo TSE a tempo do pleito de logo mais.
Após a ação protocolada por Contar junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE/MS) para deixar o PSL com justa causa, a Executiva Nacional do partido respondeu ao órgão afirmando que não há motivos que justifiquem o pedido do filiado. “Integralmente improcedente, declarando-se a inexistência de justa causa que autorize a desfiliação do requerente sem a perda do direito ao exercício do mandato conferido ao partido político (…)”, diz a defesa do PSL.
O PSL encaminhou a defesa ao TRE-MS no dia 27 de julho e pede que sejam juntados novos documentos e produção de prova oral. Além disso, indica para oitiva os deputados federais Gulliem Charles Bezerra Lemos (Julian Lemos), Waldir Soares de Oliveira e Pablo Oliva Souza (Delegado Pablo Oliva).