Política

Professores defendem projeto que proíbe erotização precoce nas escolas

Professores das escolas públicas e privadas em Mato Grosso do Sul têm feito uma enfática defesa do projeto de lei do deputado estadual Capitão Contar (PSL), que proíbe a realização de eventos com coreografias e danças que induzam à erotização precoce das crianças no ambiente escolar.

Vários profissionais têm feito mobilizações nas redes sociais sobre a importância da aprovação do projeto pela Assembleia Legislativa. A matéria teve sua constitucionalidade aprovada pela Casa na semana passada e agora será discutida nas comissões temáticas.

“Temos tido apoio impressionante por parte de professores e pais de alunos, preocupados com o caminho que nossa educação tem tomado nos últimos anos em relação à formação das nossas crianças”, afirma Contar, que acredita na aprovação do projeto.

Uma das professoras mais experientes do Estado, Geruza Gonçalves, 66 anos, comenta sobre o projeto, com autoridade de quem dedicou à educação mais de 70% do seu tempo de vida — do ensino fundamental à preparação de alunos para a faculdade.

“É um projeto de vital importância para o momento atual, em que nossas crianças estão com sua orientação humana totalmente lesada. É um período em que o caráter delas está em formação e a escola precisa dar sua parte“, explica Geruza, que trabalhou por 47 anos em escolas de Campo Grande, Coxim e Pedro Gomes.

Para a professora — que mesmo aposentada continuou trabalhando, protegida por contratos temporários — a escola é o segundo lar da criança. “Temos de entender que a criança, quando sob os cuidados da escola, tem o direito de receber educação digna, sem desvios morais ou éticos. Somos a segunda casa delas”, diz.

Mãos amarradas

Pensamento semelhante tem Jaceline Sousa, 52 anos, 23 deles como professora da rede pública em Água Clara, a 190 quilômetros da capital. “Vivemos uma grande falta de pudor na escola e é preciso que seja dado um basta a isso. O projeto do deputado Contar veio para reforçar o que a maioria de nós pede e deseja: um freio contra essa erotização brutal”, defende.

Para ela, o projeto fará com que a direção do colégio proíba atos dessa natureza com base numa lei. “Hoje estamos de mãos amarradas. Fica um debate estéril porque não existem leis que regulem o uso de danças que levam o erotismo para dentro da escola. O projeto é um suporte de grande valor para nós, professores”, admite.

Jaceline diz que o professor é ídolo e exemplo a muitos estudantes. “Se somos exemplos, temos que defender aquilo que achamos positivo na formação das crianças”, argumenta, afirmando que o professor faz a diferença na vida dos alunos e, ajudá-los a moldar o caráter, é um dos princípios da profissão.

“Melhores cidadãos”

Pedagoga e professora de formação em Campo Grande há 20 anos, Marinucy Maciel, 51 anos, já atuou em centro infantil e berçário por três anos e outros 17 anos como educadora social em projetos voluntários de diversas Organizações Não-Governamentais.

“Esse projeto é nobre porque defende os direitos das crianças, previstos no próprio Estatuto. Proibir coreografias e danças eróticas é preservar a moral e os bons costumes no âmbito escolar e contribuir para a formação de cidadãos melhores para que possamos ter uma sociedade mais humana e justa”, reforça.

Marinucy acrescenta que a erotização tem ganhado espaço nas escolas, disfarçada em movimentos culturais. “Esses eventos visam estimular e incentivar a exploração do corpo ainda em formação. Ao propor esse projeto, o deputado cumpre seu papel junto às instituições de ensino e resgata, dessa forma, os valores morais infelizmente perdidos, em grande parte, na escola”, completa.

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