Política

Novos atrativos para valorizar Rua 14 de Julho são debatidos na Câmara

Depois das obras de revitalização, a Rua 14 de Julho, no Centro de Campo Grande, deve ser valorizada com atrações culturais, esportivas, educativas e recreativas. Estes objetivos constam no Projeto de Lei 9.488/19 e foram debatidos em Audiência Pública na manhã desta quarta-feira (18), na Câmara Municipal, de iniciativa do vereador William Maksoud, presidente da Comissão de Cultura e autor da proposta. Uma das possibilidades é fechar a via uma vez por semana para levar esses atrativos, mas também fomentar o uso do espaço com novas opções de produtos e investimento em segurança.  

Artistas, comerciantes, secretários municipais das áreas de cultura, segurança, representantes da secretaria de desenvolvimento urbano e do setor de projetos estiveram discutindo alternativas para fomentar a ocupação da 14 de Julho, como forma de preservar os investimentos. O Projeto de Lei 9.488/19, que institui o “Família na 14 de Julho”, é de autoria dos vereadores William Maksoud, Otavio Trad, João César Mattogrosso e Junior Longo, e prevê a regulamentação por parte da prefeitura para as interdições e atividades realizadas, preferencialmente com artistas locais.

O vereador William Maksoud destacou que essa proposta foi pautada pensando também nas próximas gerações, valorizando a história da 14 de Julho. “A via, que chamamos de nova 14 de Julho, é uma das mais antigas da cidade e hoje é a mais moderna; se tornou um shopping com calçadas largas e hoje muitos estão vendo o trabalho do prefeito. Realizamos essa audiência para trocar ideias para termos um projeto que não seja passageiro”, disse.

A Avenida Paulista, como espaço cultural para atividades no fim de semana em São Paulo, e até mesmo a interdição dos altos da Avenida Afonso Pena para práticas esportivas, proposta de autoria do vereador Otávio Trad, foram citados como exemplos positivos. “Hoje temos esse investimento na 14 de Julho como um dos mais relevantes da cidade. Vamos tornar a 14 um espaço cultural e já temos várias iniciativas que deram certo”, disse. Ele listou alguns dos pontos que precisam de resolução, a pedido dos frequentadores e comerciantes, a exemplo das vagas de estacionamento, horário estendido de funcionamento e também definições sobre os horários para retirar o lixo, de forma a não atrapalhar os pedestres.

Catiana Sabadin, coordenadora do Projeto Reviva Campo Grande, classificou como fundamental a discussão pós-obras em relação à 14 de Julho, proposta na Audiência. Uma das metas é realizar análise, em parceria com Sebrae e Fecomércio, para pensar a 14 de Julho como uma região e não de forma individual. “Temos de pensar como um shopping, o que falta para atrair o público? Precisamos reverter o processo de ter algumas classes somente nos shoppings e levá-las ao Centro. Para isso, precisamos ter um mix de produtos que atraia novos consumidores, criando outras possibilidades de vendas”, disse.

Respondendo aos questionamentos, Catiana Sabadin salientou sobre as propostas para atender as reivindicações relacionadas a estacionamento, em que investidores já estão procurando a prefeitura com planos para investimentos. Ainda, destacou a importância de manter espaço para as pessoas circularem, não tendo como foco principal o uso de carros na via. Outra meta é nos meados de abril ou maio iniciar a revitalização das ruas transversais, da Rua Padre João Crippa a Avenida Calógeras, da Fernando Corrêa da Costa a Mato Grosso, com recapeamento, padronização imobiliária, entre outros.

Atrativos – A economista Daniela Teixeira Dias, representando a Fecomércio, apresentou dados sobre sondagem feita com 30 empresários ou gerentes de lojas da Rua 14 de Julho, para ajudar no embasamento das discussões. “No geral, a avaliação é positiva e de expectativa por melhorias no comércio, principalmente pela modernização do espaço. Como pontos negativos, foram citados a falta de vagas de estacionamento, de atrativos e também de segurança”, disse. Ainda, foram apontados 65% favoráveis ao fechamento e elencados pontos para tornar a via mais atrativa, a exemplo do food truck à noite.

A secretária municipal de Cultura e Turismo, Melissa Tamaciro, destacou que já há uma programação para os domingos, mas a intenção é discutir o uso da rua num âmbito maior até mesmo que shows e eventos. “Precisamos ter uma discussão permanente, incluindo também a visão do lojista. Se a gente quer dar sustentabilidade ao projeto do Reviva, tem que pensar no âmbito comercial e na sensação que as pessoas têm ao usar o espaço. A 14 será a maior plataforma a céu aberto de inovações. Queremos as pessoas como protagonistas das ideias nas ruas”, destacou. A identidade cultural local, segundo a secretária, estará no foco das ações programadas. Hoje já está em funcionamento um sistema de credenciamento das artes, com tabelas, para contratações de manifestações artísticas. Por artistas, foi sugerido que as manifestações culturais sejam garantidas de forma mais livre na via.

Atrativos para crianças e adolescentes também estiveram entre as reivindicações apresentadas pelos participantes. O advogado Elton Nasser, da Comissão de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), acrescentou ainda a sugestão para que haja algo dedicado à realidade cultural dos idosos, além dos deficientes nas programações elaboradas.

A integração da Feira Central como roteiro cultural da 14 de Julho foi sugerida pela presidente da Associação da Feira, Alvira Appel, salientando a possibilidade de transfers durante os eventos para que as pessoas utilizem os “patrimônios da cidade”. Ainda mostrou a preocupação com o acesso liberado à Esplanada Ferroviária a partir da Rua Maracaju.

Segurança – Outro ponto debatido foi a preservação do espaço. “É importante que a população tenha consciência de preservar. Comerciantes, moradores ajudem a cuidar, a denunciar qualquer caso de pichação ou vandalismo. Foi investido dinheiro público ali”, destacou o secretário municipal de Segurança e Defesa Pessoal, Valério Azambuja. Ele citou a estrutura da Guarda Municipal disponibilizada para o período de fim de ano, quando o comércio funciona até 22 horas, e afirmou que o contêiner instalado na Praça Ari Coelho, em parceria com a Associação Comercial, deve ficar de forma permanente. Além disso, a quantidade de câmeras de vigilância deve ser ampliada, com mais 17 instaladas.

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