Política

Mulheres organizam ‘calcinhaço’ na Assembleia Legislativa

Um grupo de mulheres está organizando uma manifestação para essa terça-feira (03) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). O ato, denominado “calcinhaço da democracia”, vai cobrar dos parlamentares (todos os 24 integrantes são homens) maior atenção às necessidades femininas no Estado, além da falta de deputadas mulheres na Casa de Leis e também por recentes discursos contrários ao carnaval.

O protesto promete criar um varal em frente a ALEMS, no Parque dos Poderes de Campo Grande, onde as mulheres poderão pendurar suas calcinhas como forma de manifestação. As peças deverão ser doadas para entidades carentes, posteriormente. “Sem as mulheres, não existe democracia! Então, vamos todas mostrar aos deputados quais são as pautas que realmente importam para as mulheres”, cita um trecho da publicação na página do grupo Mídia Ninja na rede social Facebook.

https://www.facebook.com/MidiaNINJA/photos/a.164308700393950/1777178775773593/?type=3&theater

A ação é organizada por lideranças feministas, a maior parte filiada a partidos políticos como PT e PSOL. A ideia do ‘calcinhaço’ surgiu após o discurso do deputado estadual Professor Rinaldo Modesto (PSDB), no qual usou a tribuna para reclamar dos transtornos provocados pelo carnaval na região da antiga ferroviária, que tradicionalmente recebe o desfile dos blocos carnavalescos.

Na ocasião, Rinaldo disse que o tumulto derivado da festa atrapalhou o culto de uma igreja evangélica existente naquelas imediações, além de atos de depredação e desrespeito. “Mulheres tiraram as calcinhas em frente da igreja”, discursou ele, que já declarou em outras oportunidades ser contra a realização da festa carnavalesca. “Tem que respeitar também os direitos daqueles que professam a sua fé”, concluiu.

Exatamente esse trecho da fala do deputado originou a manifestação. Além de cobrar a presença de deputadas mulheres na Assembleia, o grupo também pedirá por pautas que tratem da violência obstetra, violência doméstica, assédio, feminicídio, emprego e até mesmo pelos direitos dos indígenas, conforme citam as postagem em compartilhamento nas redes sociais.

https://www.facebook.com/crisduarte.oficial/videos/2933078033405572/?fref=search&__tn__=%2Cd%2CP-R&eid=ARDYgp_MSx8dcVgVoB7-E1G3xs-PwzrMbVUmOyZeqTqMdxtVBPK5iPxSLk2XsotfWU4uoRre6XISPukM

Desde o início de 2019 o plenário sul-mato-grossense não conta com nenhuma deputada estadual do sexo feminino, obviamente, por consequência de que nenhuma das 355 postulantes conseguiu se eleger para o cargo. Aliás, a ALEMS é a única Assembleia Legislativa do país que não tem uma mulher entre os deputados. O que chama a atenção na discussão é que o número de eleitores no Estado é 52% constituído por mulheres.

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