Ex-secretário Renato Vidigal é transferido para Presídio Federal
Preso desde o dia 06 de novembro de 2019 por consequência da Operação Purificação, o médico e ex-secretário municipal de Saúde de Dourados, Renato Oliveira Garcez Vidigal, de 34 anos, foi transferido nesta semana para o Presídio Federal de Campo Grande. Ele estava alojado no Presídio Estadual de Dourados (PED) e responde por ter desviado mais de R$ 500 mil dos cofres públicos municipais, além de chefiar uma quadrilha.
Na cadeia, Renato chegou a ser flagrado no final de ano passado portando um telefone celular e também foi denunciado por ameaças a testemunhas do esquema fraudulento investigado pela Polícia Federal. A defesa do ex-secretário tentou pedir a sua liberdade, mas a Justiça negou e, posteriormente, aceitou o pedido de transferência protocolado pelo Ministério Público no mês passado.
Enquanto esteve a frente da secretária de Saúde de Dourados, Renato Vidigal contratou uma empresa de fachada, chamada Marmiquente, para fornecer refeição aos servidores da pasta, além dos próprios pacientes das unidades de saúde do município. O contrato da firma ocorreu em um processo licitatório falso e rendeu ao grupo mais de R$ 500 mil.
Entre os envolvidos no esquema está também o ex-diretor financeiro da Secretaria de Saúde de Dourados, Raphael Henrique Torraca Augusto, conhecido como “Pardal”. Ele saiu da prisão no sábado (07) e está sendo monitorado por tornezeleira eletrônica. Ao todo, cinco pessoas respondem pelo esquema, mas somente Vidigal está preso atualmente. Ele é apontado como o chefe da quadrilha.
Negligência médica
Além de responder por corrupção, o médico também já foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) pela conduta considerada negligente que resultou na morte da adolescente indígena Joice Quevedo Arce, ocorrida no dia 16 de abril de 2019, após participar de atividades físicas na aldeia Guateka Marçal de Souza, da aldeia Jaguapiru, em Dourados.
Conforme Procedimento Investigatório Criminal 1.21.001.000142/2019-08 do MPF, Renato e uma técnica auxiliar de regulação médica “ocasionaram a morte da adolescente Joice Quevedo Arce, uma vez que se omitiram quanto ao atendimento de urgência médica prestado pelo Samu”. Na época, foi dito que o SAMU não tinha autorização para entrar na aldeia e prestar o atendimento à vítima.