Política

Deputados debatem investigações sobre manifestações antidemocráticas

Operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8) foi o assunto dos debates na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Dois parlamentares utilizaram a tribuna para expressar suas opiniões sobre o tema. O deputado estadual Pedro Kemp (PT), 2º secretário da Casa de Leis, foi o primeiro a abordar o assunto. “Hoje vim fazer um registro sobre a operação policial que está sendo feita para dar continuidade às investigações sobre as manifestações do dia 8 de janeiro de 2023, uma tentativa de golpe militar, de destituir a democracia, que não pode ficar impune”, declarou.  

“Invasão à sede do Poder, e ameaças ao Supremo Tribunal Federal [STF]; isso tudo deve ser investigado, e os culpados, punidos. Essas pessoas que atentaram contra a democracia do País têm que responder por seus atos. Hoje as instituições estão funcionando e a PF fazendo sua parte para que nunca mais isso aconteça no Brasil, um regime democrático que precisa ser aperfeiçoado. A pior democracia é melhor que qualquer ditadura. Ditadura nunca mais, golpe militar nunca mais”, exclamou o parlamentar.  

O deputado João Henrique (PL) parafraseou sua fala com o que aconteceu ao imperador francês Napoleão Bonaparte e o exército russo, durante a “Campanha Russa”, em 1812, ao falar sobre o tema. “O que vemos hoje é uma espécie de persecução napoleônica, essa difusão dos Poderes onde nós enxergamos uma pessoa condenada no crime do colarinho branco, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes, e também vimos um processo de descondenação de quem condenado era. Atualmente quem lavou capitais será beneficiada pela progressão em seis meses, no máximo, enquanto buscam prender alguém que importunou uma baleia”, ressaltou.  

“Antigamente as pessoas não discutiam a Justiça por trás das decisões de justiça, hoje as pessoas debatem isso, e essa revolta pode abalar esse conceito de governança, esse consentimento, porque a população não entende, e ela há de se levantar quando o injusto, quando por trás da operação da Justiça, existe uma operação política. Houve diversas acusações ao presidente Bolsonaro, que preferiu a frase ‘Ou ficar pátria livre ou morrer pelo Brasil’, preferindo a liberdade de pensamento, de reflexão, de crítica. Estaremos atentos e vigilantes. O povo é o senhor de todo o poder que emana o Estado”, lembrou o deputado João Henrique.  

Tempus Veritatis

A Operação Tempus Veritatis foi deflagrada nesta quinta-feira (8) para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, com o objetivo de adquirir vantagem de natureza política, mantendo o então presidente da República no poder.

Em dez estados da federação, incluindo Mato Grosso do Sul, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.