Câmara pede providências à SES para garantir vacinação nas aldeias urbanas
A Câmara Municipal de Campo Grande oficializou, nesta terça-feira (09), pedido de providências à SES (Secretaria Estadual de Saúde) para inclusão das aldeias indígenas urbanas no Plano Estadual de Imunização contra a Covid-19. O documento, assinado por todos os parlamentares, foi entregue esta manhã ao titular da pasta, Geraldo Resende, pelos vereadores Camila Jara e Papy.
“Como o secretário disse, essa vacinação vai ocorrer assim que terminar de vacinar a segunda dose dos indígenas nas aldeias do interior. É um movimento positivo, pois mostramos nossa preocupação com os indígenas em situação de contexto urbano. Eles continuam sendo indígenas. E, por direito, tem que haver essa vacinação”, defendeu a vereadora.
As vacinas para uso emergencial chegaram a Campo Grande na noite do dia 18 de janeiro, e os trabalhos de imunização já começaram na manhã do dia seguinte. As aplicações seguem estratégias determinadas pelo Ministério da Saúde, que definiu os grupos de risco que receberão as primeiras vacinas.
Segundo o vereador Papy, toda a Casa de Leis está empenhada em garantir a imunização para toda a comunidade indígena, não apenas os aldeados. “Temos uma população indígena muito grande vivendo na nossa cidade, e o Plano Nacional de Imunização não os colocou como prioridade. Viemos reivindicar para que eles entrem nessa prioridade. O secretário recebeu muito bem, e colocou uma estratégia para a gente trabalhar com as vacinas que sobrarão em relação aos aldeados, e as sobras de Campo Grande, para repartir com os indígenas que vivem e trabalham na cidade”, disse.
Na primeira fase, são vacinados trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena aldeada. Na segunda fase, é a vez das pessoas de 60 a 74 anos.
Em seguida, na terceira fase de imunização, pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares). E, por fim, professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.
Até o momento, Mato Grosso do Sul já recebeu 222 mil doses de vacinas, que foram repassadas aos municípios de acordo com os grupos prioritários e a proporcionalidade da população. O secretário Estadual de Saúde lembrou que Mato Grosso do Sul está seguindo o que determina o Plano Nacional de Imunização e se mostrou sensível ao pedido dos vereadores.
“É legítimo o pleito da Câmara, que entende a importância também de fazer imunização na população indígena aqui residente. Já fazemos nos índios nos grupos de risco, profissionais da área de saúde, indígenas com deficiência, indígenas idosos, todos estão sendo imunizados. Caso haja dose remanescente na comunidade indígena, e também na parcela que não quer, haveremos de pactuar para que essas doses possam muito bem ser aplicadas nesses grupos indígenas que resolveram, por conta própria, deixar suas aldeias e virem morar na cidade. O pleito é justo e vamos fazer todo o esforço para, junto com a Câmara, mediar e dar segmento a essa proposição dos vereadores”, garantiu.