Policial

Radialista é agredido em unidade de saúde por estar sem máscara

Agredido com um soco no olho, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Azaléia, região noroeste da Campo Grande, nessa quinta-feira (4), o radialista Oswaldo Ferreira Benites, de 39 anos, afirmou ter sinusite crônica, o que o impediria de usar máscara.

“Eu tenho esse problema respiratório, não é grave, mas, tenho falta de ar constante e acordo várias vezes durante a madrugada com o nariz trancado. Quando acordo, tenho que ficar acordo pingando soro, tenho que tomar anti-inflamatório, antialérgico, então, é um direito meu como cidadão não usar”, afirmou ao G1 o radialista.

No mesmo local, em junho de 2020, ele conta que o médico plantonista deu a ele um atestado, o qual explica que os sintomas se agravam com o uso da máscara. “Eu não estou descumprindo o decreto da prefeitura. Tem um parágrafo da Sesau [Secretaria Municipal de Saúde], de 18 de junho de 2020, que fala sobre a obrigatoriedade do uso, ressaltando casos como o meu, então, estou amparado pela lei e também ando com o atestado em mãos”, disse.

Para reforçar que não seria obrigado a usar máscara, Benites cita o artigo 2 do decreto 14.354, de 18 de junho de 2020, da prefeitura de Campo Grande, que diz: “A obrigatoriedade da utilização de máscaras nos locais determinados no artigo anterior não se aplica para: III – demais pessoas cuja necessidade seja reconhecida, devendo ser atestada a impossibilidade do uso da máscara pelo serviço de saúde(atestado médico)”.

Nesta sexta-feira (5) ele disse que foi ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para fazer o exame de corpo de delito. “Quando a gerente do local veio falar comigo, fui argumentar sobre a minha desobrigação e ela, que deveria saber da lei no caso de quem possui problemas respiratórios, gritou comigo o tempo todo, mesmo eu tendo um atestado médico do posto de saúde dela”, comentou.

Assim que chegou no local, Osvaldo falou que não havia aglomeração e que apenas uma pessoa estava aguardando atendimento. A intenção dele era pedir ao médico para renovar o atestado e a esposa dele também estaria com ele, para conseguir uma consulta.

“Eu estava mantendo distanciamento, tomando os devidos cuidados. A gerente disse que ia chamar a Guarda Municipal e eu falei que poderia chamar sem problemas. Após 10 ou 15 minutos, chegou um homem em um carro preto, que não é do local. Eu estava de costas, próximo ao balcão, quando ele veio, me deu um empurrão no peito e um soco no olho”, afirmou.

Logo em seguida, ele foi para a delegacia. “Soube de vários casos envolvendo esta gerente, de grosserias feitas por ela. Eu fui vítima de uma agressão porque as pessoas não querem respeitar. Isto está na lei e agora eu também vou na ouvidoria da Sesau”, finalizou.

A reportagem tentou contato com o médico, porém, não conseguiu até a publicação da reportagem e, por isso, borrou o nome dele no documento.

Atestado não o autoriza a não usar máscara, diz Sesau

Conforme a Sesau, o atestado médico não diz que ele está autorizado a não usar máscara, já que o médico “só fez uma observação que a condição dele, possivelmente, pode ser afetada temporariamente durante o uso da máscara.

Ainda conforme a Sesau, o que vale é o decreto. Na ocasião, a assessoria aponta que a agressão ocorreu por conta do “tratamento dele” com os servidores da unidade, o que incomodou uma pessoa que estava lá.

*Por G1 MS

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