PMA e Ibama apreendem 185 aves e autuam seis traficantes
Com o fim da reprodução do papagaio agora em dezembro, a PMA e o IBAMA encerraram nesta quinta-feira (26) a Operação Bocaiúva. Desde a segunda quinzena de novembro, as equipes já tinham sido reduzidas, mas mantendo sempre efetivo de inteligência e algumas equipes em propriedades rurais e bloqueios, para evitar o tráfico de animais silvestres.
A operação resultou na prisão de seis pessoas e apreensão de 180 aves da espécie papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), além de cinco periquitos. Esse número é 27,65% maior do que o ano de 2018, quando foram apreendidas 141 aves. Porém, comparado ao ano de 2017, em que não houve a operação Bocaiúva, o percentual caiu em 49,57%. Naquele ano as apreensões foram de 357 papagaios, o que indica que a operação é essencial para a prevenção ao tráfico.
Como aconteceram nos anos anteriores, outras unidades da Polícia Militar foram importantes nas apreensões, bem como outras forças de segurança, como Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil tiveram participações importantes na prevenção e repressão ao tráfico das aves na região foco.
OPERAÇÃO BOCAIÚVA
A PMA e o IBAMA, como no ano passado, no período reprodutivo dos psitacídeos (papagaio, arara, periquitos, maritacas, etc.) realizaram a operação contra o tráfico de animais silvestres, especialmente o papagaio. A “Operação Bocaiúva” envolveu 43 policiais e fiscais, desde o dia 15 de agosto, no intuito principal de evitar a retirada dos filhotes dos ninhos, tendo em vista, que depois da retirada das aves, mesmo quando se apreendem, os problemas à natureza e os custos econômicos, para cuidar dos animais até a reintrodução, envolvem muito dinheiro público.
As equipes foram distribuídas em fazendas e bloqueios e outros órgãos de segurança, como, Unidades da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal, principalmente da região com maior índice do tráfico.
Em anos anteriores a PMA realizava também o monitoramento do que era apreendido pela Polícia Rodoviária de São Paulo, de animais saídos de Mato Grosso do Sul e, tanto em 2018, como em 2019, não foi verificada apreensão naquele Estado de aves saídas do Estado.
REGIÃO PRINCIPAL DO TRÁFICO E PERÍODO PREOCUPANTE
A região monitorada é basicamente a que constitui os municípios próximos às divisas com os estados de São Paulo e Paraná, como Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina, Três Lagoas e Brasilândia, além de Naviraí, Itaquiraí, Eldorado e Mundo Novo, porém, a operação foi realizada em todo o Estado, como em 2018, quando houve redução na retirada de filhotes de papagaios no Estado.
Nesta operação, com foco principal a evitar a retirada, ninhos foram monitorados e as saídas do Estado foram fechadas com bloqueios, especialmente as saídas para o Estado de São Paulo, que é o destino principal registrado dos filhotes de papagaios traficados em Mato Grosso do Sul.
PROBLEMAS DO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES
O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Porém, em Mato Grosso do Sul, o problema se resume quase que especificamente ao papagaio.
Como o que interessa ao comprador é a capacidade que a ave tem de aprender a imitar a voz humana, a retirada só é realizada enquanto filhote. Por esse motivo, o período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado de Mato Grosso do Sul, pois é o período reprodutivo dos papagaios, que é o animal mais traficado no Estado.
Por isso, neste período, operações preventivas nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes, são fundamentais. Também é importante a vigilância a traficantes presos em anos anteriores. Bloqueios são importantes também nas saídas do Estado, pois evitam que traficantes de fora e locais sintam-se tentados a praticar o crime