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ONG que mantinha 250 cães e gatos é alvo de operação na Capital e irmãs acabam presas por maus-tratos

Uma operação contra crime de maus-tratos praticados em animais domésticos resultou na prisão de duas mulheres na quinta-feira (05), em Campo Grande. As autoras possuem uma Organização Não Governamental (ONG) e mantinham numa residência, situada no bairro Chácara dos Poderes, pelo menos 250 cães e gatos.

A investida surgiu após denúncias anônimas. Equipes da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), Vigilância Sanitária e a Perícia da Polícia Civil estiveram no endereço e constaram a situação precária de higienização e falta de recursos para o cuidado com os pets.

A delegada titular da Decat, Gabriela Stainle, disse à imprensa que as irmãs já vinham recebendo orientações e que essa não é a primeira vez que ambas são alvos de uma operação de maus-tratos. Foram registrados descarte irregular de resíduos sólidos (lixo) no quintal, como lata de alumínio e cobertor e até um colchão, além de medicamentos. “Tudo estava amontoado e com vestígios de queima”, ressaltou. 

A casa também tem uma piscina, que no flagrante constatou-se imunda, com água verde-escura, sem manutenção nenhuma há muito tempo e até mesmo com larvas de mosquito. Outro ponto encontrado foi uma fossa extravasando, além de muitos cães com sarna e falhas na cerca, permitindo que cães ferozes escapassem para rua.

Houve representação pela prisão preventiva das irmãs e decretada pelo juiz. Os animais ficaram no local sob os cuidados da mãe das irmãs e agora terão que adequar aos cuidados. Uma das irmãs responsáveis pela ONG publicou um vídeo nas redes sociais explicando a situação e reclamou da falta de recursos financeiros para o custeio.

“Olhar do portão, todo mundo vai difamar, vai julgar, mas quem tá lá dentro fazendo o que eu tô fazendo? Abriram a porta de um carro a noite, jogaram 5 cachorros no mato e falaram que a gente soltou na rua. Os cachorros que estão aqui estão acostumados a ficar mais de três anos juntos. Se colocar aqui dentro eles matam. Ficamos um mês tratando, amansando”, disse ela. 

A protetora ainda relata que mesmo com o trabalhando escuta que ninguém a obrigou pegar os animais. “Ninguém obrigou mesmo, é por compaixão, por amor, para mudar a vida dele, mudar a situação da cidade”, afirma. Assim, ela finaliza o vídeo falando que pretende e vai tentar encontrar outro lugar para poder cuidar melhor dos animais.