Mulher confessa que matou oficial de Justiça aposentado em Dourados após discussão
Em entrevista à imprensa nessa quarta-feira (24), o delegado de polícia Erasmo Cubas, de Dourados, revelou que a mulher de 27 anos presa em flagrante pelo assassinato de um oficial de Justiça aposentado, de 67 anos, agiu sozinha e que planejou o crime, que deve ser enquadrado como latrocínio (roubo seguido de morte).
Em sua fala, o responsável pelo caso disse que chegou até a autora a partir do relato de familiares da vítima, que indicaram o envolvimento dela em transações imobiliárias e a venda de veículos dele ao longo dos últimos dias. Além disso, a mulher teria sido a última pessoa com quem o aposentado manteve contato antes de ser achado morto.
Ela foi presa na manhã de terça-feira (23) para prestar depoimento e afirmou que mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima. Ainda segundo a sua versão para os fatos, após uma discussão, perdeu o contato com ele. Ocorre que a investigação não comprovou a existência de dessa relação amorosa entre eles.
No curso da apuração, chamou a atenção do delegado alguns hematomas no corpo da mulher, que poderiam ser resultados de uma luta corporal. Em seguida, a partir de imagens de videomonitoramento da BR-163, constatou-se o veículo da vítima em trajeto incomum.
O automóvel foi visto saindo de Dourados na segunda-feira e retornando à noite por um trajeto incomum, no mesmo trecho em que os restos mortais da vítima foram encontrados. Para a investigação, ela matou o aposentado em outro lugar e o desovou às margens da via, colocando fogo para atrapalhar as pistas.
A autora é dona de uma conveniência em Dourados, que passou por buscas ao longo de hoje, assim como a casa dela, sendo apreendida uma mochila contendo roupas dela manchada de sangue, o celular, corrente de ouro e uma carteira com vários cartões de crédito no nome da vítima.
Na ação, a polícia também encontrou o carro dele em um estacionamento na região central da cidade. Diante dos fatos, ela foi pressionada e acabou confessando o crime e alegando que não foi premeditado e que agiu no “calor da emoção” durante uma briga. “Não há dúvidas de que ela planejou o crime e agiu sozinha na execução”, disse o delegado.
Cubas ainda citou que ela matou a vítima com uma faca. “Ela deixou muitas evidências que revelaram toda a dinâmica do crime. Ela criou essa situação de compra de apartamento em Campo Grande e se preparou para tirar a vida dele”, explicou, reforçando que a autora teria atraído a vítima até Campo Grande sob o pretexto de vender um apartamento.
Ela já estava de posse de R$ 84 mil, transferidos via Pix por uma garagem de veículos pela venda de uma caminhonete pertencente à vítima. A polícia afirma que a motivação do crime foi financeira e segue as investigações para saber se foi por pressão para quitar dívidas que ela tinha com ele ou para se apropriar do dinheiro da venda do veículo.