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Imagens mostram descontrole da vítima em morte no cinema de Dourados; veja o vídeo

Apontar um culpado é papel da Justiça, mas o fato é que se trata de uma morte que poderia ter sido evitada. A investigação já verificou as imagens da câmara de segurança da sala de cinema do Shopping Avenida Center de Dourados. Nas cenas, é possível ver certo descontrole comportamental da vítima, Júlio César Cerveira Filho, de 43 anos, após o início das discussões com o cabo da Polícia Militar Ambiental (PMA), Dijavan Batista dos Santos, de 37 anos.

Os dois homens estavam sentados na mesma fileira do cinema e teriam se desentendido após Júlio encostar no filho do policial, de 10 anos de idade, e que estava sentado ao seu lado. Os envolvidos chegam a trocar de lugar momentos depois, até mesmo deixando uma cadeira vaga entre as famílias, entretanto, Júlio parece irritado e nervoso, se levanta e agarra uma pessoa pela camisa, proferindo algumas palavras, até retornar ao seu assento.

Na sequência, ele se levanta novamente e agora vai em direção á um dos filhos do policial militar ambiental. Momento em que uma pessoa que estava sentada na fileira da frente intervém e parece tentar acalmar os envolvidos. Todos voltam a se sentar, mas por pouco tempo. Júlio torna a se levantar, mas agora vai em direção à saída, é neste momento em que passa pelo filho do policial, de 10 anos, e desfere um tapa.

A filha da vítima, de 16 anos, se levanta e vai atrás do pai. Dijavan também se levanta rapidamente e persegue Júlio, que já estava na saída da sala. A partir dai as imagens da câmera de segurança não captam mais nada da briga e nem da execução. O circuito interno do shopping também não registrou o ocorrido. É possível ver apenas a hora em que o público, cerca de 150 pessoas, muitas delas crianças, entra em pânico e deixa o local correndo.

Confira o vídeo captada pela câmera de segurança do cinema

 

Policial alega legitima defesa

No depoimento, o militar alegou que foi provocado e xingado por Júlio, que o chamou de ‘ridículo, babaca e cuzão’. Após Dijavan dizer que iria chamar a polícia. Júlio o respondeu afirmando que “iria sair daquela bosta”. Quando se levantou e atravessou a fileira de poltronas deu um tapa no rosto da criança. Diante do ato, o militar se levantou e gritou para ele: “você está louco? Você vai bater no meu filho” e sacou a arma.

Ao ver a pistola, Júlio o empurrou e o PMA caiu no chão. Neste momento, segundo a versão dele, a arma disparou acidentalmente e acertou o peito da vítima, transfixando no pescoço. Júlio morreu na hora. O policial disse que acionou o socorro médico imediatamente, mas quando o SAMU chegou à vítima já havia falecido.

De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, responsável pelo caso, a pistola .40 usada no assassinato não era registrada e não pertence a corporação militar. No depoimento, Dijavan disse que a arma era de seu avô. Questionado sobre o motivo de estar andando armado no shopping e ao lado dos filhos menores de idade, o PMA não soube esclarecer com clareza. A filha da vítima ainda não prestou depoimento.

O policial militar ambiental está preso no quartel da Polícia Militar, aguardando a audiência de custódia marcada para esta quarta-feira (10). Ele alega legítima defesa e que o tiro teria sido acidenta. A defesa já prepara o pedido de soltura e também informou que foi feito exame de corpo de delito no filho do policial, que constatou escoriações. A investigação agora segue para a 2° Delegacia de Polícia de Dourados, sob a responsabilidade do delegado Francis Flávio.

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