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GAECO celebra resultados da Operação Bloodworm, que teve 61 condenados e 302 anos de prisão

O Ministério Público Estadual (MPMS) celebrou nesta quinta-feira (17) as condenações dos investigados na Operação Bloodworm, desencadeada no dia 05 de maio de 2023 contra integrantes da facção organizada Comando Vermelho (CV), radicada no Rio de Janeiro (RJ), e que estava atuando também em Mato Grosso do Sul por ser um local estratégico no mapa sul-americano.

Mais de 200 promotores de Justiça e integrantes da segurança pública cumpriram 92 mandados de prisão preventiva e 38 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Mato Grosso. Foram 15 meses de investigação, revelando que a facção estava se estruturando e expandindo em MS, utilizando a Penitenciária da Gameleira II, em Campo Grande, como base.

Passados um ano e meio desde então, a Justiça já condenou 61 dos investigados a penas que somam mais de 300 anos. Entre esses estão quatro advogados, que se utilizavam das prerrogativas profissionais para fazer o trabalho de “pombo-correio” dos faccionados, função apelidada de “gravata” no mundo do crime.

A maior condenação foi de um policial penal, que usou o cargo para auxiliar as ações criminosas, incluindo dar acesso a telefones móveis aos presos na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira I, em Campo Grande. A unidade prisional, até então, era conhecida por ser “anticelular”. A pena dele foi de 10 anos e 8 meses de prisão.

Segundo a investigação, por meio dos aparelhos, as lideranças da facção se comunicavam e coordenavam crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas. Preparavam-se, ainda, para uma guerra com a maior facção do Brasil, nascida em São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC), na tentativa de dominar o crime em Mato Grosso do Sul.

Confira os números da Bloodworm:

A maioria dos condenados foi enquadrada por integrar organização criminosa armada. Os outros crimes envolvem associação para o tráfico, tráfico de drogas, corrupção ativa e corrupção passiva, os dois últimos majorados pela infringência de dever funcional pelo servidor público corrompido.

9 ações penais julgadas
2 ações penais pendentes de julgamento
61 pessoas condenadas
302 anos, 4 meses e 7 dias de penas no total

GAECO celebra as penas aos envolvidos

“O GAECO conclui como sendo extremamente satisfatório o resultado do árduo trabalho desenvolvido para o fim de responsabilizar integrantes da perigosa organização criminosa Comando Vermelho, ainda que existam alguns recursos seus em andamento para aumentar ainda mais o grau dessa responsabilização penal”, comenta nota do Grupo Especial de Atuação e Repressão ao Crime Organizado (GAECO).

“A ofensiva atingiu o grupo criminoso em um momento em que, pela primeira vez na história, tentava de fato se estruturar e se fortalecer em nosso Estado com o fito de rivalizar com a outra facção aqui atuante há mais tempo e também por muitas vezes igualmente combatida pelo Ministério Público e, em especial, pelo GAECO”.

“A relevância da atuação foi tamanha que culminou na punição de dezenas de integrantes perigosos, com vasto histórico criminal; líderes locais e regionais dessa organização ramificada em todo o país; além de advogados, que se utilizavam da importante função para praticar crimes e auxiliar o grupo criminoso a se desenvolver e, ainda, um policial penal, que, por dar guarida à atuação dos meliantes, com eles cooperando para o ingresso de celulares no presídio, foi devidamente excluído da função pública”, explica.