Facções criminosas tinham casas de luxo como ‘hotéis de trânsito’ na Capital
Operação da Polícia Federal no início desta manhã (26), em Campo Grande, cumpriu seis mandados de busca e apreensão em imóveis alugados e mobiliados por facções criminosas, chamadas de ‘casas de apoio’ pelos traficantes. A determinação partiu da 3ª Vara Federal e a ação conta com apoio do Departamento Penitenciário Federal (Depen/MJSP).
Conforme a PF, em fevereiro deste ano bilhetes com ameaças de morte chegaram até servidores públicos federais, interceptados na Penitenciária Federal de Csmpo Grande, com isso, a investigação apontou uma rede de imóveis onde “podem estar armazenadas informações sobre a atuação destas facções”.
Estes locais possuem nomes, como “Família do Norte” (FDN), por exemplo, além de terem todo o custo de aluguéis, verbas para manutenção dos móveis e até passagens aéreas de outros integrantes pagas por criminosos. Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa e ameaça.
A operação recebeu o nome KRIMOJ, que seria a tradução de crimes em Esperanto. Dos seis endereços vistoriados pela Polícia Federal, um é um extenso sobrado mantido por criminosos, com aluguel de R$ 5 mil e até tinha um piscineiro contratado.
Segundo a investigação, é neste local que os bandidos de outros estados e também familiares de presos permanecem temporariamente e também repassavam informações para o possível cometimento de crimes.
“Nós chegamos lá e encontramos uma pessoa que tinha acabado de chegar do Ceará, durante a madrugada, com a intenção de visitar um preso. Estas pessoas ficam por um dia, uma semana ou até mesmo enquanto os presos permanecem no presídio. Eles chegam a tentar repassar recados criptografados”, afirmou o delegado da PF, Alan Givigi.
Conforme a polícia, foram apreendidos documentos, anotações e também celulares. “As mídias digitais e os demais pertences apreendidos serão analisados. Meses antes, em janeiro deste ano, descobrimos que 6 internos estavam iniciando um planejamento para executar servidores do Depen [Departamento Penitenciário Nacional]”, comentou Givigi.
A partir das descobertas, conforme Marcelo Silva, do Depen, houve uma portaria no dia 13 de fevereiro deste ano, que determinou a restrição da “visita social e íntima” entre os presos, sendo agora realizada por parlatório. “Temos agora o controle total e irrestrito de qualquer conversa”, disse.
Além do sobrado na Vila Bandeirantes, a polícia também esteve na Vila Parati e Jardim Leblon, entre outros endereços.
*Da redação com informações do G1 MS