Policial

Dono do Shopping China é alvo da Polícia Federal

O empresário ítalo-paraguaio Felipe Cogorno Álvares, proprietário do principal shopping paraguaio na fronteira com o Brasil, em Pedro Juan Caballero, teve prisão preventiva decretada nesta terça-feira (19), pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, na operação Patrón, um desdobramento da operação Lava Jato.

A reportagem tentou contato com a defesa dos suspeitos, mas até a última atualização desta matéria não obteve retorno.

Segundo o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF), Cogorno, que também é representante da Câmara de Comércio do estado paraguaio de Amambay, é suspeito de ter ocultado US$ 500 mil para Dario Messer, considerado o doleiro dos doleiros e que teria movimentado milhões de reais para suspeitos presos em outras fases da Lava Jato. Messer está preso desde o fim de julho.

A operação Patrón foi deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira. Além de Álvares, foram expedidos também 16 mandados de prisão preventiva e 3 de prisão temporária, para suspeitos de terem auxiliado Messer em sua fuga.

Entre os que tiveram prisão preventiva decretada está, inclusive, o ex-presidente do Paraguai e atual senador vitalício do país, Horário Cartes. A suspeita é que ele tenha ajudado na fuga de Messer.

Além do empresário ítalo-paraguaio que atua na fronteira, a operação também teve alvos em Mato Grosso do Sul, a família Mota, de Ponta Porã. Foram expedidos mandados de prisão preventiva contra os empresários e produtores rurais: Antonio Joaquim da Mota e sua esposa Cecy Mendes Gonçalves da Mota, além do filho do casal, Antonio Joaquim Mendes Gonçaves da Mota, e do filho de Cecy, Orlando Mendes Gonçalves Stedile. Orlando foi preso no Rio de Janeiro, nesta manhã.

Segundo o apurado pelo MPF, Antonio Mota teria ocultado US$ 232 mil de Messer e repassava mensalmente a ele, durante o período em que esteve foragido, US$ 10 mil, para o pagamento de suas despesas e das de sua namorada/noiva, Myra Athayde, restando em julho deste ano ainda US$ 192,8 mil.

Além disso, a investigação da Polícia Federal indica que durante o período em que esteve foragido, o doleiro foi abrigado em um imóvel da família em Pedro Juan Caballero, entre maio e setembro de 2018. Foi encontrada, inclusive, uma foto dele com um boné de um açougue da família.

De acordo com o Ministério Público, levantamentos da PF indicam uma suspeita de envolvimento da família com outros crimes, como tráfico de drogas, contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro.

Na manhã desta terça-feira, viaturas da PF estivam em um imóvel da família, na avenida Brasil, para cumprir mandados de prisão preventiva e temporária contra os suspeitos.

Os nomes dos suspeitos que estão fora do país foram encaminhados pela Justiça Federal para inclusão na lista de Difusão Vermelha da Interpol, a lista de procurados que é distribuída em aeroportos do mundo todo.

*Por G1 MS

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