Policial

Catador preso por poluição ambiental é solto; limpeza da casa deve seguir até a quarta-feira

Ainda está preso o catador de materiais recicláveis de 68 anos indiciado por poluição ambiental na segunda-feira (31), na Vila Nhanhá, em Campo Grande. O homem teve a fiança na ordem de R$ 2,2 mil, mas alegou não ter condições de pagar e dormiu na prisão. Hoje (1ª) cedo passou por audiência de custódia e já foi solto pela juíza May Melke Amaral Penteado.

O catador, que não teve a identidade confirmada, foi denunciado por vizinhos e pela proprietária do imóvel, localizado na Avenida Paulista onde residia de favor, por acumular entulho, lixo e materiais recicláveis em excesso. Os moradores próximos argumentaram que estavam convivendo com animais peçonhentos, mosquitos e com o cheiro forte de lixo.

No seu depoimento, o catador argumentou que colocava veneno no terreno e no imóvel para matar os animais e mosquitos. Também disse que trabalha coo eletricista autônomo, com renda mensal de até R$ 300,00 e que catava os materiais para revender. Disse ainda que muitas pessoas jogavam lixo no terreno sem a sua autorização e que vivia sozinho, apesar de ter filhos.

Montanha de lixo acumulada por morador em Campo Grande — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Ao vistoriar a casa, policiais da Repressão à Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista (Decat) encontraram um cenário alarmante, com entulhos que chegavam a altura do teto do imóvel, cobrindo a porta de entrada e a janela. Dentro da casa, havia mais entulho acumulado. O catador não tinha cama e dormia sentando ao lado dos sacos de lixo.

A casa pertence a ex-mulher do catador, Isabel Myasato, de 73 anos. Ela explicou para a polícia que o homem passou a acumular os materiais recicláveis e entulhos após a separação, há cerca de um ano. Foram 30 anos de união matrimonial. O casal tem filhos, mas na versão dela todos abandonaram o pai, que passou a viver recluso naquela condição precária.

Após a prisão do catador, Isabel contratou uma equipe para realizar a limpeza do imóvel. O trabalho começou ontem e deve ser concluído somente na quarta-feira (02). A polícia disse que irá ouvir os vizinhos nos próximos dias para concluir o inquérito. A juíza determinou que o catador deve procurar o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) mais próximo da sua casa para atendimento e avaliação psicossocial.

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