Casal que se passava por representantes da Caixa e deu golpes vai seguir preso
O casal preso por aplicar golpes na região de Dourados vai continuar preso. O homem de 47 anos e a esposa dele, de 26, passaram por audiência de custódia nessa terça-feira (03) e tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e agora aguardam por vaga em presídios.
A decisão foi tomada pelo juiz Deyvis Ecco, da 2ª Vara Criminal. O casal é acusado de usar documentos falsos da Caixa Econômica Federal e se passarem por representantes da instituição e, dessa forma, ofereciam empréstimos para empresários e produtores rurais com baixa taxa de juros.
Porém, para isso pediam das vítimas uma contrapartida. No golpe, após depositarem o valor solicitado para a entrada no pedido de empréstimo, as vítimas não recebiam nenhum montante do banco. Várias pessoas procuraram a delegacia de polícia para denunciar o casal, que agia no mesmo sistema operacional.
Na decisão, o juiz Deyvis Ecco citou que o casal já esteve envolvido em pelo menos 10 situações anteriores sobre estelionato e responde a duas ações penais pelo mesmo crime. “O casal já esteve envolvido em situações anteriores envolvendo o crime de estelionato. Desta forma, a reiteração criminosa revela a necessidade da decretação da prisão preventiva”, afirmou.
O caso
Um casal, composto por um homem de 47 anos e uma mulher de 26, foi preso na data de ontem (02) pela prática de estelionato e uso de documentos falsos. As vítimas deles eram sempre empresários e produtores rurais da região de Dourados.
Segundo as informações da Polícia Civil, os dois se identificavam como representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) e prometiam a liberação de empréstimos milionários com juros baixos.
Na ação, o casal fazia uso de contratos fraudulentos com a marca do banco público. Ainda segundo a polícia, os dois vinham sendo investigados há alguns dias, após várias pessoas fazerem a denúncia.
Nesse meio tempo, o casal chegou a se mudar para outro estado, mas nos últimos dias retornaram a Dourados para dar novos golpes, acreditando que ‘a poeira já tinha baixado’.
Na segunda-feira, em uma tentativa de novo golpe, combinaram de se encontrar com um empresário dentro de uma padaria localizada no cruzamento das Ruas Monte Alegre e Pedro Celestino.
A Polícia Civil passou a monitorar a reunião e, depois, se dividiu em duas partes, sendo que uma passou a seguiu o casal suspeito de estelionato, que ocupava um veículo, modelo Fiat Uno prata.
Enquanto que a outra parte da polícia abordou o empresário, que revelou ter recebido a proposta de liberação de empréstimo de R$ 30 milhões através de linha de crédito da Caixa para pessoa física, mas com juros de produtor rural de 5,7% ao ano.
O empresário disse que o contato foi feito pelo casal e, para a liberação do empréstimo milionário, teria que fazer uma contrapartida na ordem de R$ 110 mil.
A nova vítima dos golpistas detalhou para os policiais que o casal alegou que a mulher era funcionária da Caixa e, por isso, conseguia liberar o empréstimo quase imediatamente através de um contato de Brasília.
Entretanto, o negócio teria de ser feito imediatamente, pois ocorreria mudança nos planos de crédito. A vítima disse que estava indo para a agência fazer a transferência do dinheiro da contrapartida para a conta do casal.
Diante do depoimento, os policiais comunicaram a outra parte da equipe, que seguia o casal criminoso, para que fizessem a prisão em flagrante dos dois. Dessa forma, eles foram abordados no exato momento em que abriam a porta da casa, na Rua Aquidaban, no III Plano.
No local, foram apreendidos um utilitário esportivo Jaguar E-Pace P300, ano 2018, avaliado em pelo menos R$ 500 mil. Também foram recolhidos contratos fraudulentos em nome da Caixa Econômica Federal assinados por várias pessoas.
Foram, ainda, encontradas diversas cédulas de crédito bancário falsificadas, totalizando cifras de mais de R$ 2 bilhões. Uma das cédulas falsificadas tinha valor superior a R$ 498 milhões. Outra possuía grafada a cifra de R$ 300 milhões.
Uma funcionária do banco, arrolada como testemunha, afirmou à polícia que os contratos apresentados não se tratavam de documentos fornecidos pela Caixa ou por qualquer representante da instituição.
Questionado sobre os fatos, a mulher do casal disse que é correspondente da Caixa e fazia projetos de desenvolvimento para agricultores conseguirem liberação de valores do banco.
Diante das provas, tanto ela quando o marido foram autuados em flagrante por falsificação de documentos públicos, uso de documento falso e estelionato na forma atentada. Eles estão recolhidos na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).