Aposentada perde 9,4 mil ao cair em golpe da ‘auditoria antifraude do banco’
A aposentada Calmerinda Ribeiro Mendes, de 65 anos, teve o prejuízo de R$ 9,4 mil ao cair em uma nova modalidade de golpe, no qual a pessoa liga e afirma ser da ‘auditoria antifraude do banco’. No caso dela, as transações de Pix foram feitas tanto na conta bancária do esposo dela, de 67 anos, como da filha, de 35 anos, já que a mãe controla todas as contas no aparelho celular.
Na ocasião, Calmerinda conta que estava em casa, no dia 5 de agosto, por volta das 11h (de MS), quando recebeu a ligação de um suposto funcionário da Caixa Econômica Federal. “A pessoa se identificou como Letícia e disse que era da auditoria antifraude do banco. Ela então me passou um número de protocolo e falou que era pra confirmar se um Pix havia sido feito na minha conta”, explicou ao G1 a aposentada.
Em seguida, ela alegou que não tinha conta naquele banco e a pessoa então a orientou a entrar em contato com o banco no qual ela tinha conta. “Eu peguei o meu cartão do Banco do Brasil e liguei no número atrás, onde é a central do meu banco. Novamente, não sei como, caiu direto no golpista e eles me pediram para baixar um aplicativo. Eu, inocentemente, fiz isso e aí eles tiveram acesso a todas as minhas contas”, relembrou.
Na sequência, a aposentada disse que a golpista foi dando orientações para ela verificar todas as contas existentes no aparelho celular. “Na minha conta eu digitei a senha e eles não mexeram em nada. Depois, na conta do meu esposo, onde tinha um dinheiro guardado para o meu tratamento dentário, eles fizeram um pix de R$ 6 mil para uma tal de Lidiane. Na conta da minha filha, mais R$ 3,4 mil de Pix para uma pessoa de nome Mateus”, comentou.
Logo depois, ainda conforme Calmerinda, a pessoa pediu a ela para sair dos aplicativos. “Eu dei um tempo, coloquei o celular no alto e depois, quando peguei, já tinha saído dos aplicativos. Foi quando soube do prejuízo. Na mesma data, fui no banco para fazer o bloqueio dos cartões e também fui com minha filha na Derf [Delegacia Especializada em Repressão à Roubos e Furtos], onde fizemos o boletim de ocorrência”, explicou.
Até o momento, a aposentada disse que ainda não sabe se receberá novamente o dinheiro e alega que “o sonho do tratamento dentário agora ficou para trás”. O boletim de ocorrência de estelionato, conforme afirmou ao G1 o delegado Giulliano Biacio, seguirá para a 7ª Delegacia de Polícia.
Criminoso geralmente oferece ajuda, diz Febraban
Em fevereiro deste ano, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou uma lista com os principais golpes envolvendo o PIX, novo sistema de pagamentos e transferências, e dicas de como evitá-los. Para a Febraban, a pandemia do coronavírus facilitou a aplicação de golpes digitais por criminosos, já que houve um aumento nas transações online.
Neste caso do falso funcionário de banco e das falsas centrais telefônicas, a Febraban conta que o criminoso geralmente oferece ajuda para que o cliente cadastre a chave Pix, ou ainda diz que o usuário precisa fazer um teste com o sistema de pagamentos instantâneos para regularizar seu cadastro, e o induz a fazer uma transferência bancária.
É importante ressaltar que os dados pessoais do cliente jamais são solicitados ativamente pelas instituições financeiras, tampouco funcionários de bancos ligam para clientes para fazer testes com o Pix. Na dúvida, sempre procure seu banco para obter esclarecimentos.
Outra ação criminosa que está sendo praticada por quadrilhas e que envolvem o Pix é o golpe do “bug” (falha que ocorre ao executar algum sistema eletrônico). Mensagens e vídeos disseminados pelas redes sociais por bandidos afirmam que, graças a um “bug” no Pix, é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido para chaves aleatórias. Entretanto, ao fazer este processo, o cliente está enviando dinheiro para golpistas.
Os canais oficiais do Banco Central já alertaram que não há qualquer “bug” no Pix. A Febraban ressalta que o cliente sempre deve desconfiar de mensagens que prometem dinheiro fácil e que chegam pelas redes sociais ou e-mail.
*Por G1 MS