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São Silvestre I, o papa do reconhecimento da Igreja

O papa da transformação, do reconhecimento e da liberdade religiosa. Assim a história descreve São Silvestre I, que no Brasil é conhecido apenas por dar nome a uma tradicional maratona de rua sempre no último dia do ano.

São bem poucas as informações disponíveis sobre a origem e a vida de São Silvestre.

De concreto, apenas que nasceu na cidade de Roma, capital do Império Romano.

Enquanto padre e bispo, São Silvestre enfrentou o período conturbado da perseguição aos seguidores de Jesus Cristo.

Naquela época, era proibido rezar, adorar ou processar a sua fé a Deus.

Todos os 12 apóstolos originais de Jesus Cristo e Paulo, o 13° do grupo e que não chegou a conviver com o messias, já estavam mortos há cerca de 100 anos.

Seus remanescentes, discípulos dos discípulos, eram os responsáveis por dar continuidade aos ensinamentos de Jesus Cristo.

Para isso, desafiavam os imperadores de Roma e de todos os demais reinos existentes, colocando suas vidas em risco em prol da fé.

No entanto, o movimento do chamado Cristianismo cresceu, mesmo de forma proibida e restrita, ao ponto de forçar o então Imperador Constantino a aceitar a devoção para não perder o controle sob seu povo.

Silvestre, então bispo de Roma, foi declarado o Papa. Ele governou a Igreja de 314 a 355 d.C, reconhecido por ser pacífico, simples e harmonioso.

O novo papa viu um Constantino pagão que se considerava acima dos bispos, com inevitáveis intromissões nos próprios assuntos relacionados a igreja.

Ele não aceitava que o povo adorasse outra pessoa que não fosse ele próprio.

São Silvestre, testemunha da perseguição que ameaçou subverter por completo a Igreja, convenceu e transformou o imperador Constantino devido ao desejo dele de manter a paz no Império, ameaçada por dissenções ideológicas da Igreja.

Logo no início do papado de Silvestre, ele enfrentou uma agitação doutrinária perigosa, com origem na pregação de Ario, sacerdote alexandrino que negava a divindade da segunda Pessoa e, consequentemente, o mistério da Santíssima Trindade.

Constantino, inteirado da agitação doutrinária, mandou convocar os Bispos do Império para dirimirem a questão.

Sabemos pelo Liber Pontificalis, por Eusébio e Santo Atanásio, que o Papa dá o seu acordo, e envia, como representantes seus, Ósio, Bispo de Córdova, acompanhado por dois presbíteros.

Ele, como dignidade suprema, não se imiscuiria nas disputas, reservando-se a aprovação do veredito final. Além disso, não convinha parecer demasiado submisso ao Imperador.

Foi o primeiro Concílio Ecumênico (universal) que reuniu em Niceia, no ano 325, mais de 300 Bispos, com o próprio Imperador a presidir em lugar de honra.

Os Padres conciliares não tiveram dificuldade em fazer prevalecer a doutrina recebida dos Apóstolos sobre a divindade de Cristo, proposta energicamente pelo Bispo de Alexandria, Santo Atanásio.

A heresia de Ario foi condenada sem hesitação e a ortodoxia trinitária ficou exarada no chamado Símbolo Niceno ou Credo, ratificado por São Silvestre.

Constantino, satisfeito com a união estabelecida, parte no ano seguinte para as margens do Bósforo onde, em 330, inaugura Constantinopla, a que seria a nova capital do Império.

Data dessa altura a chamada doação constantiniana, mediante a qual o Imperador entrega à Igreja, na pessoa de São Silvestre, a Domus Faustae, Casa de Fausta, sua esposa, ou palácio imperial de Latrão (residência papal até Leão XI), junto ao qual se ergueria uma grandiosa basílica de cinco naves, dedicada a Cristo Salvador e mais tarde a São João Batista e São João Evangelista (futura e atual catedral episcopal de Roma, São João de Latrão). Mais tarde, doaria igualmente a própria cidade.

Depois de um longo pontificado, cheio de acontecimentos e transformações profundas na vida da Igreja, São Silvestre I falece no último dia do ano 335, dia em que a Igreja venera a sua memória.

Sepultado no cemitério de Priscila, os seus restos mortais seriam transladados por Paulo I (757-767) para a igreja erguida em sua memória.

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