Subsecretaria do Bem-Estar Animal faz alerta sobre cuidados com gatos no calor
O calor e a baixa umidade não afetam somente os humanos. Essas condições afetam também os animais e principalmente os gatos, que não bebem água tão facilmente. Felinos, em sua maioria, não gostam de água parada no pote. Eles preferem água que tenha algum tipo de movimento, como fontes, mangueiras ou até mesmo água direto da torneira.
De acordo com a Subsecretaria de Bem-Estar Animal (Subea), como a água é oferecida aos animais pode influenciar diretamente em sua saúde. A pouca ingestão de água pode acarretar numa obstrução do trato urinário, uma doença comum nos gatos, porém ainda pouco compreendida. Além de pequenos cálculos formados por acúmulos de células, cristais ou proteínas presentes na urina, que também podem causar a obstrução na uretra, independente do gênero do animal.
Edvaldo Sales, veterinário-chefe da Subea, destaca que a Subsecretaria recebe aproximadamente três casos por semana nos consultórios com animais com sintomas como, dificuldade em urinar, miados excessivos, urina com sangue, animais urinando fora da caixa e também letargia e vômito.
Os gatinhos Sansão e Goham apresentaram dificuldades para urinar. Sua tutora, Ana Cláudia Salarial, percebeu que havia algo estranho ao notar que a caixa de areia não estava “suja” como normalmente. “Eles são quietos, mas estavam miando muito e toda hora iam na caixinha, mas ela estava sempre limpa. Então decidi levar até a Subea onde foram diagnosticados e após tratamento, estão super bem”, relatou Ana Claudia.
Edvaldo chama atenção para essas pequenas mudanças nos comportamentos dos animais. “Ao menor sinal de mudança de comportamento do seu pet, procure auxílio de um profissional, para que não seja necessária uma intervenção mais drástica”. Ele destaca também que alguns animais podem apresentar a doença de forma crônica, recorrente.
A tutora Marilza Santos, trouxe o gato Negrinho que estava com dificuldade de urinar, apresentando sangue, vômito e sem se alimentar. Ele passou por consulta na Subea e logo foi encaminhado para o hospital veterinário da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), através do convênio que a Prefeitura tem com a Instituição. Lá ele passou por exames laboratoriais, de imagens, cirurgia e internação.
Negrinho, apesar de toda a situação, se recuperou bem e está saudável. A tutora afirma que essa não foi a primeira vez que ele apresentou a doença. “Das outras vezes, tratamos com os remédios em casa e ficou tudo bem, mas dessa vez foi mais grave”.
O veterinário ressalta ainda que outros fatores podem acarretar para obstrução urinária, como mudança de ração, stress, processos inflamatórios e até mesmo obesidade. Por isso, ele alerta sobre a necessidade de sempre ofertar água para os animais e procurar sempre uma ração que melhor se adapte ao paladar dele. “A taxa de mortalidade de gatos nessa condição é alta, por serem bem seletivos, e se desidratarem muito rápido. Então oferecer de uma forma que ele aceite tanto a água como a comida é essencial para evitar problemas futuros”.
Convênio
Firmado em março deste ano, o convênio com a UFMS permite que a Secretaria de Bem-Estar Animal encaminhe e garanta serviços como radiografia, cirurgias e internação de forma gratuita a tutores de cães e gatos do município. Além de consultas veterinárias especializadas, ultrassonografia, radiografia, eletrocardiograma, endoscopia, exames laboratoriais bioquímicos e parasitológicos, cesarianas, cirurgia ortopédica, cirurgia de piometra entre outros.