Sem repasse, único hospital de Camapuã pode fechar as portas
A direção do único hospital de Camapuã, a 140 km de Campo Grande, informou que sem o repasse mensal de R$ 200 mil da prefeitura encerrado este mês, corre risco de funcionar só por mais 24 horas com os únicos serviços que ainda estão disponíveis, o de urgência e emergência. A entidade fechou as portas para os atendimentos de baixa complexidade na última terça-feira (16).
Em uma reunião com a Secretaria de Saúde do município na manhã desta quinta-feira (18), o diretor do hospital, Joelvis Cunha, disse que não conseguiu chegar a um acordo. Ele afirma que a Secretaria disse que a Prefeitura não tem responsabilidade de arcar com as despesas do hospital.
O secretario de saúde, André Targino, informou que a Secretaria não tem dinheiro suficiente para fazer o repasse de 200 mil e que o órgão tem condições de repassar apenas R$ 110 mil, valor que foi recusado pelo hospital. Ele também informou que “não está jogando a responsabilidade para a instituição, mas por o hospital ser uma entidade filantrópica, precisa fazer ações próprias como almoços e leilões para arrecadar dinheiro”. Questionado sobre os problemas do fechamento do hospital, Targino informou que na cidade há 6 postos de saúde que oferecem atendimento médico e ambulatorial que presta o serviço de urgência.
Conforme o secretário, anualmente a prefeitura repassou um valor de R$ 2 milhões e 400 mil para o hospital e que esse ano, o órgão repassou cerca de R$ 1 milhão e 290 mil, uma média de R$ 200 mil por mês. O secretário afirma que a solicitação do hospital não pode ser atendida no momento porque o montante irá interferir no pagamento dos funcionários da saúde do município.
Targino disse que formalizou um documento para firmar a contra-proposta e que a instituição recusou, até mesmo por estar sem certidão de regularidade, o que o impede de fazer o convênio. O hospital rebateu a informação da regularidade e disse que está em dia com a documentação e apenas aguarda o convênio no valor ajustado para apresentar a certidão.
De acordo com o hospital, 60 pessoas deixaram de ser atendidas diariamente. A despesa mensal da instituição é de R$ 300 mil, porém o convênio que foi encerrado em julho deste ano repassava R$ 200 mil e que uma dívida que ultrapassa R$ 1 milhão de reais agrava ainda mais a situação.
O caso
Um aviso dizendo que o atendimento será somente para emergência e urgência colocado na porta do hospital às 16h dessa terça-feira (16), pegou de surpresa os moradores de Camapuã. Funcionários não receberam o salário deste mês e fornecedores de remédios e produtos que atendem a unidade cortaram o fornecimento por falta de pagamento.
O deficit da instituição, segundo Cunha, chegou aos R$ 60 mil e que o montante oferecido pela prefeitura é insuficiente para manter o hospital funcionando com 100% da capacidade. O único repasse que a instituição ainda recebe é do Sistema Único de Saúde (SUS), que mantém os setores de urgência e emergência.
*Por G1 MS