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Em Campo Grande, mais de 40 pessoas já buscaram ajuda para tratar o vício em jogos de apostas

Jogos de azar e cassinos virtuais estão cada vez mais acessíveis graças a internet e aplicativos que conseguem burlar as leis de segurança. O resultado disso é o aumento de pessoas que perderam todos os seus patrimônios financeiros em apostas onlines. Apenas em Campo Grande, entre os meses de março a outubro deste ano, 42 pessoas buscaram ajuda nos Centros de Atenção Psicossocial (CAP’s) para tratar deste vício.

No Brasil, de acordo com dados da Pesquisa DataSenado – Panorama Político 2024, em um período de 30 dias, 13% dos brasileiros com 16 anos ou mais (22,13 milhões) declararam ter participado de apostas esportivas. O perfil prevalente é de pessoas do sexo masculino (62%), entre 16 e 39 anos (56%) e com ensino médio completo (40%). Apenas 3% declararam ter desembolsado um valor maior que R$ 769,00 em jogos de internet.

Segundo o estudo, o problema quase sempre vem acompanhado de outros transtornos como a ansiedade e, em muitos casos, comportamentos autodestrutivos devido ao alto endividamento com as apostas. Todas as Unidades de Saúde da Família (USF) de Campo Grande estão orientadas a atender os pacientes com transtorno de jogo, assim como os Centros de Atenção Psicossocial.

“Os casos leves do transtorno podem ser tratados na atenção primária da Saúde, assim como as comorbidades que acometem os pacientes, já os casos mais graves devem ser tratados nos CAP’s, que têm mais condições de acompanhamento”, explica a coordenadora de Saúde Mental, Gislayne Budib. A família e amigos do paciente devem receber apoio e cuidado para a implementação de “estratégias necessárias para enfrentar o problema”.

A OMS reconhece o jogo como uma atividade que pode ser prejudicial à saúde com danos significativos à saúde mental. O transtorno do jogo é classificado como um transtorno mental e comportamental, que tem um padrão persistente como o envolvimento contínuo nas apostas.

Isso apesar de alguns obstáculos como o sofrimento e a influência negativa nos relacionamentos pessoal e coletivo, a redução da capacidade de autogestão sobre o comportamento do jogo e a compulsão com dificuldade de interrupção, mesmo quando desejado, e por último, um desejo de jogar percebido antes da prática propriamente dita.

Sinais de alerta

  • Ter menos tempo ou dinheiro para gastar com outras atividades prazerosas, família e amigos
  • Aumento do consumo de álcool e outras drogas
  • Sentimento frequente de culpa, arrependimento, insegurança, vergonha
  • Mentir sobre o tempo e/ou o dinheiro que gasta com o jogo
  • Crianças e adolescentes mostrando sinais de angústia e enfrentando dificuldades na escola
  • Desempenho reduzido nos estudos ou no trabalho
  • Mudança nos padrões de sono, alimentação ou relacionamento sexual
  • Sentimentos de raiva, desesperança, solidão, desvalia
  • Isolamento social
  • Ideação suicida

A qualquer sinal de problema procure uma unidade de saúde, no site a seguir estão os endereços das unidades: www.campogrande.ms.gov.br/sesau