Duas onças podem estar próximas das áreas urbanas de Ladário e Corumbá, diz IHP
Animal símbolo do pantanal sul-mato-grossense, a onça-pintada vem sendo avistada com frequência nas cidades de Ladário e Corumbá neste ano. Em entrevista ao site Diário Corumbaense, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) apontou que pelo menos dois felinos podem estar nos arredores das áreas urbanas.
Em um desses avistamentos, um cachorro conseguiu espantar o bicho com latidos e até mesmo avançando contra a onça, que foi até o quintal de uma casa para comer outro cãozinho de estimação que dormia nos fundos. A cena foi gravada por câmeras de videomonitoramento e viralizou nas redes sociais.
O IHP, entidade especializada na fauna e flora local, aponta que ainda é prematuro confirmar quantos animais, de fato, estão próximos de Corumbá e Ladário. Os indicativos sugerem que pode ser uma onça jovem filmada também no Mirante da Capivara e outro adulto, avistado na região da Agesa, na saída para a fronteira com a Bolívia.
Os comunicados sobre a presença de onças–pintadas nas áreas urbanas começaram no dia 24 de março, quando um animal foi flagrado na região da Cacimba da Saúde. Desde então, houve avistamentos na região do Parque Municipal Marina Gattass; na área da Agesa; na Rodovia Ramão Gomes; perto do Canal do Tamengo e o último no Mirante da Capivara.
Segundo o IHP, está sendo fornecido o apoio técnico para a PMA (Polícia Militar Ambiental), à Fundação de Meio Ambiente do Pantanal (Prefeitura de Corumbá), Corpo de Bombeiros e à população em monitoramentos, além de realizar orientações ao participar de atividades de educação ambiental.
“Porém, é importante ressaltar que os avistamentos de onça-pintada ocorreram em áreas que estão muito próximas do Canal do Tamengo, afluente do rio Paraguai, e a cidade tem conexão intrínseca com a natureza e a vida selvagem”, destacou Sérgio Barreto, biólogo do IHP, na entrevista ao site.
Ainda segundo ele, o fato de o rio Paraguai ter elevação em seu nível em 2025, se comparado a 2024, o aumento de áreas inundadas nos campos é um fator que pode fazer com que a espécie procure áreas mais altas.
“Além disso, a possível presença de descarte incorreto de alimentos em regiões onde houve o avistamento de um animal é fator de alerta, pois isso pode atrair tanto a onça, como outras espécies de animais para próximo de áreas urbanas”, detalhou, lembrando ainda das queimadas de 2024, que também podem ter interferido no deslocamento.
Em caso de emergências ou avistamento de animais silvestres, o IHP orienta que a pessoa que fez o avistamento faça contato pelos telefones (67) 3232-2469 ou (67) 99266-4052 e comunique local/data/horário aproximado do avistamento. No caso de registro do animal, compartilhar as imagens com as autoridades.
Orientações básicas para segurança:
– Não se aproxime da onça. Evite qualquer tentativa de contato muito próximo, mesmo que o animal pareça calmo;
– Onças com filhotes ou carcaças podem ser mais agressivas. Redobre os cuidados nesses casos;
– Mantenha luzes externas acesas em locais com possível presença da espécie;
– Nunca alimente onças e não jogue resíduos orgânicos em locais onde houve o registro desses animais;
– Locais onde haja suspeita da “ceva” (oferta de alimentos para animais selvagens), prática considerada crime pela legislação ambiental, devem ser evitados porque trazem grande risco de conflito com as onças, bem como devem ser denunciados à Polícia Militar Ambiental;
– Verifique pelo caminho que estiver percorrendo a presença de pegadas. Se essas pegadas sinalizam serem frescas ou antigas, e evite andar sozinho nesses locais;
– Caso encontrar com uma onça no trajeto, evite a aproximação e tente manter a maior distância possível até que o animal saia do contato visual;
– Se você estiver frente a frente com uma onça, não se vire e não corra – esse comportamento pode remeter ao de uma presa e causar reação do animal;
– Ainda no caso de estar frente a frente com uma onça, mantenha contato visual e procure distanciar-se andando para trás sem movimentos bruscos;
– Depois que a onça sair do contato visual, procure evitar o trajeto ou, se precisar seguir adiante, espere algumas horas para percorre-lo, sempre com atenção ao caminho.