Capitaldestaques direita

Campo Grande tem três barragens com alto ‘dano potencial associado’, revela Imasul

Um comunicado publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) dessa sexta-feira (30) pelo Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) apontou para o alto dano potencial de uma possível ruptura em três barragens localizadas em Campo Grande.

Conforme consta, a classificação por ‘Dano Potencial Associado’ à barragem em alto, médio ou baixo é feita em função do potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos sociais, econômicos e ambientais decorrentes de uma possível ruptura da barragem.

Quanto à “Categoria de risco”, o Imasul explica que é a avaliação de características técnicas, estado de conservação da barragem e plano de segurança da barragem. As classificações são feitas conforme o responsável pela barragem informa.

Você pode conferir a publicação do Imasul no DOE clicando aqui, a partir da página 91.

Confira quais são as barragens e a classificação de cada uma delas:

Barragem do Lageado – fica próximo ao anel viário de Campo Grande, banhada pelo Córrego Lageado, sendo de responsabilidade da concessionária Águas Guariroba. A barragem está na categoria de risco baixo.

Campo Grande tem três barragens com alto 'dano potencial associado', revela Imasul

Recentemente, a Águas Guariroba publicou um material informativo no seu site dizendo que a barragem do Lageado passa por um controle rigoroso diariamente. “A empresa possui diversas ações com equipes internas e de terceirizadas contratadas para esse tipo de serviço. São ações diárias que garantem toda segurança, além das autorizações e vistorias dos órgãos públicos que estão sempre em dia”, explicou o gerente de Meio Ambiente e Qualidade da concessionária, Fernando Garayo.

“Temos inspeções mensais de uma empresa contratada, que nos gera um relatório. Além disso, temos também uma instrumentação para monitoramento do nível da água e também marcos superficiais que monitoramos movimentos de terra, mesmo que milimétricos. Todos esses dados são lançados em um software e é constantemente acompanhado pelo nosso CCO (Centro de Controle de Operações)”, detalhou.

A barragem também é vistoriada diariamente por outra empresa contratada para conservação, desde combater pragas como formigas, até remover a vegetação. “Outra ação que realizamos é o Comitê Interno de Segurança das Barragens, que se reúne mensalmente entre colaboradores de diversos setores. Todas essas informações são constantemente compartilhadas com o poder público”, finaliza.

Além da Lageado, a concessionária administra a Barragem do Guariroba e as duas possuem um Plano de Segurança de Barragem, que estabelece um monitoramento e ações específicas para as construções.

Barragem do Atlântico – fica na saída para Três Lagoas, banhada pelo Córrego Pontal, e de responsabilidade da Incorporadora Atlântico Ltda. A categoria de risco é alta.

Campo Grande tem três barragens com alto 'dano potencial associado', revela Imasul

Barragem do Lago do Amor – fica no bairro Universitário, banhada pelo Córrego Bandeira e de responsabilidade da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). A categoria de risco é alta.

Campo Grande tem três barragens com alto 'dano potencial associado', revela Imasul

Rompimento de barragem de lago de condomínio

Campo Grande tem três barragens com alto 'dano potencial associado', revela Imasul
Rompimento de barragem às margens da BR-163 (Foto: MPMS)

No dia 20 de agosto, o rompimento da barragem do lago de um condomínio residencial de luxo localizado às margens da rodovia federal BR-163, entre Campo Grande e Jaraguari, provocou a destruição de três casas, fez desmoronar uma parte da rodovia federal e ainda causou uma série de prejuízos financeiros a produtores rurais da região. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) já iniciou as discussões sobre ressarcimento e danos morais aos moradores afetados.

O Imasul informou que vai multar o loteamento Nasa Park em pelo menos R$ 732.500 pelo rompimento da barragem. O órgão informou que o condomínio não tinha autorização para barramentos e o loteamento já tinha sido notificado. O Corpo de Bombeiros disse que não encontrou certificado de vistoria em relação à represa. Até agora, passados 10 dias desde o ocorrido, não foi explicada a causa do rompimento.