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Você sabia? MS soma mais de 3,7 mil barragens e mais de 1 mil estão irregulares

O rompimento de uma barragem no último dia 20 deste mês, na divisa de Jaraguari e Campo Grande, surpreendeu alguns moradores que não sabiam da existência destes mecanismos de contenção em Mato Grosso do Sul. Muitos lembraram da tragédia de Brumadinho (MG), cujo desastre provocou a morte de 272 pessoas e provocou danos ambientais irreversíveis.

Por conta do caso, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) revelou que, atualmente, são 3.376 barragens registradas em todo o território estadual, das quais 2.348 estão regularizadas e 1.028 apresentam documentações pendentes ou necessitam de regularização.

O órgão ambiental explicou que quando se trata de barragens irregulares, nem sempre a questão é de problemas na estrutura, mas na maioria das vezes são questões de regularização de documentos, ou seja, certificados de segurança atrasados, laudos técnicos vencidos, entre outros.

Quando se trata de risco de danos, quem avalia é o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), órgão ligado à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Dados disponibilizados à imprensa mostram que são 25 barragens com alto dano potencial e outras 29 com médio dano potencial.

Essa classificação avalia o potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos, sociais e ambientais em caso de rompimento. Além disso, 14 barragens aparecem como alto risco, 24 médio e outras 38 com baixo no que diz respeitos às características construtivas e de conservação.

Você sabia? MS soma mais de 3,7 mil barragens e mais de 1 mil estão irregulares
Enxurrada provocou destruição por onde passou (Foto: MPMS)

Entre essas barragens irregulares estava exatamente a localizada na lagoa do condomínio de luxo às margens da rodovia federal BR-163, que acabou rompendo e provocando uma enorme e forte enxurrada na região, alagando casas, derrubando árvores e até mesmo desmoronando parte da pista. Por sorte, nenhuma vítima foi registrada no desastre.

Conforme o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que abriu um inquérito para investigar as causas do incidente, foram identificadas 11 propriedades afetadas de alguma maneira pelo rompimento. A estrutura alcançava 90 hectares e a extensão do dano, ou seja, por onde a água e a lama passaram, foi entre 6 e 8 km.