Vereador e Sanesul batem de frente por poluição do Rio Paraná

Há mais de um ano municípios banhados pelo Rio Paraná repudiam ação da Sanesul que tem assustado banhistas de Aparecida do Taboado. Neste período a empresa de tratamento de água e esgoto recebeu moção de repúdio das Câmaras Municipais de Aparecida do Taboado, além de Santa Clara D’Oeste, Três Fronteiras, Santa Fé do Sul, Ilha Solteira e Rubinéia, do noroeste paulista. Mas, as ações não pararam por aí e foram feitas duas audiências públicas, discussões no legislativo local e uma apresentação do problema em Brasília na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, porém, a empresa está poluindo as águas doces.

Integrante das comissões, o vereador José Natan (PODEMOS), foi até o local onde está o emissário de esgoto instalado pela Sanesul às margens do Rio Paraná e filmou o que presenciou. Ele garante que a Sanesul não cumpriu os acordos firmados nas audiências públicas e despeja esgoto sem tratamento. José Natan chegou até o local após ouvir reclamações dos banhista incomodados com o cheiro. A instalação fica a 200 metros do Balneário do SIMTED (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação).

José Natan desafiou o diretor da Sanesul, Walter Carneiro, a beber um “golinho” da água e a cheirar. “O diretor da Sanesul falou que o esgoto é 100% tratado, então que ele venha tomar um golinho e sentir este cheiro horrível. Não dá para aguentar. Dá até ânsia de vômito”, afirmou. Ele pede que compartilhem o vídeo e toda a indignação dele representando Aparecida do Taboado e o SOS Rio Paraná.

Ele questiona o funcionamento da instalação. “Olha lá. O esgoto está correndo a todo vapor
compartilhem esta indignação. Nunca houve falta de oxigênio e agora tem peixe morrendo. Estão matando o rio como fizeram com o Córrego Rondinha. É muita tristeza. Fico ainda mais triste porque a Câmara não teve força para impedir isso. Isto está acabando com estas belas beiras de praia”, se indignou José Natan, que avisa ter entrado com um requerimento na Casa de Leis para saber se existe licença de operação. Ele lamenta o processo na Justiça na estar andando e a falta de ação do prefeito da cidade.

“Este novo emissário de esgoto da Sanesul está em funcionamento. Não sabemos se tem licença de operação, mas está funcionando a pleno vapor mesmo após as audiências já está jogando esgoto. Os banhista reclamam e coletamos a água turva, suja e fedorenta. Compartilhem para que viralize e chegue aos órgãos responsáveis”, alertou José Natan.

Sanesul

A instalação do emissário de esgoto às margens do Rio Paraná, há 200m da área de balneário do Sindicato estava paralisada desde 2012, a Sanesul entrou com as licenças ambientais para início da obra de ampliação da ETE – Estação de Tratamento de Esgoto. Mas, é um investimento de R$ 6 milhões. A empresa se defendeu dizendo que segue todos os procedimentos legais e, inclusive, são feitas análises técnicas nos laboratórios da Sanesul que comprovam a eficácia de todo o processo.

O presidente da Sanesul, Walter Carneiro, já havia se posicionado em entrevista onde contestou a situação afirmando que 100% do esgoto que é coletado está dentro das normas ambientais, ou seja, previamente licenciado dentro das normas ambientais e apto a receber os resíduos. Ele disse ainda que a situação em Aparecida do Taboado é uma questão política.

SOS Rio Paraná

Os integrantes do grupo consideram o local onde está instalado o emissário de esgoto pela Sanesul, de grande relevância turística e econômica para Aparecida do Taboado e região. O grupo queria evitar justamente o despejo do esgoto in natura no Rio Paraná. Outra reivindicação é que saia dos 200 metros para 1 km de distância do leito do rio.

Faz parte do SOS Rio Paraná Ronilson Machado, presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação (SIMTED), Alyne Alves de Queiroz, presidente da OAB, Dartagnan Ramos Queiroz, empresário do setor de piscicultura, Leila Mussi, dona de empreendimento à beira rio, vereador José Natan, representando o Legislativo de Aparecida do Taboado, Anai Monteiro, representante dos rancheiros do estado de São Paulo, município de Sant Fé do Sul, Rafael Nalini, Pedrinho e representantes da sociedade civil organizada.