DestaquesPolítica

Vereador é preso durante operação ‘Tromper’, mas Câmara não foi avisada

O vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), foi preso nesta quarta-feira (3), durante a 3ª fase da Operação Tromper, do MPE-MS (Ministério Público Estadual), via seu Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). À principio, o Enfoque MS noticiou que Vereador da Capital é alvo de Operação Tromper que aponta continuo esquema de corrupção em Sidrolândia. , tendo somente mandado de busca e apreensão. Porém, ele também era um, dos oito mandados de prisão preventiva cumpridos.

A Câmara de Campo Grande ainda não foi notificada e, por enquanto, não deve se posicionar sobre o caso, já que também a investigação refere-se a ato praticado antes do mandato e em outra cidade, no caso Sidrolândia. A prefeitura do município é alvo de investigações de esquema de corrupção e de operações que se incitaram em maio de 2023.

A assessoria jurídica da Casa de Leis da Capital, informou que a Câmara só se posicionará se houver determinação judicial.

O Enfoque MS em matéria anterior, apontou que o MPE-MS confirmou, por meio de nota, a realização da terceira fase da Operação “Tromper”, iniciada na manhã desta quarta-feira, tendo como objetivo o cumprimento de oito mandados de prisão e 28 de busca e apreensão.

Continuo esquema de corrupção milionária em Sidrolândia

Veja abaixo, matérias anteriores sobre todo o caso e pela 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada hoje, que aponta segundo a nota do MPE, que foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.

Assim, se afirma que há um continuo esquema de corrupção milionária em Sidrolândia, onde contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

O desdobramento das investigações, conduzidas pelo GECOC, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

O caso

Em maio do ano passado, o Ministério Público Estadual realizou a Operação Tromper, que teve como alvo nove pessoas e quatro empresas envolvidas em fraude em procedimento licitatório, falsidade ideológica, associação criminosa, sonegação fiscal e peculato.

O MPE-MS identificou a existência de um esquema de corrupção na atividade administrativa do município de Sidrolândia, aparentemente em funcionamento desde o ano de 2017, gestão passada, de Marcelo Ascoli, destinado a obtenção de vantagens ilicitas por meio de fraudes em licitações. Os investigados foram denunciados por suspeita de criar objeto social sem apresentar qualquer tipo de experiência, estrutura e capacidade técnica para a execução do serviço nos contratos firmados com o município.

Segundo MPE, EVERTOM LUIZ DE SOUZA LUSCERO EIRELI, R&C COMERCIO E SERV MANUT LTDA-ME, ODINEI OLIVEIRA (Lava Jato Romeiro), sob o comando de Uevertom da Silva Macedo, montaram um grupo criminoso com o fim de ganhar, mediante prévio acordo, licitações em Sidrolândia.

O MPE realizou inspeções de documentos comprovando que os alvos, unidos com servidores públicos, ajustavam previamente os interesses para não só conseguir algum contrato com a Prefeitura, como também para burlar a execução contratual.

“Dessa maneira, além das análises das ilegalidades existentes nos procedimentos licitatórios levantadas antes das quebras de sigilo, o Ministério Público amealhou outros elementos que reforçam os indicios de materialidade e autoria nos certames públicos já analisados e em outros”.

Foram analisadas as informações decorrentes da quebra de sigilo bancário e os dados oriundos da nuvem e e-mails dos alvos: UEVERTON DA SILVA MACEDO, RICARDO JOSE ROCAMORA ALVES, ODINEI ROMEIRO DE OLIVEIRA, EVERTOM LUIZ DE SOUZA LUSCERO, ROBERTO DA CONCEIÇÃO VALENÇUELA, ROBSON DE LIMA ARAÚJO, ROCAMORA SERVIÇOS DE ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO EIRELLI (PC MALLMANN), ODINE ROMEIRO DE OLIVEIRA – ME (ROMEIRO PRESTADORA), EVERTOM LUIZ DE SOUZA LUSCERO EIRELLI E R&C) COMERCIO.

A conclusão foi de que os documentos encontrados demonstram o vinculo entre os investigados, com compartilhamento de informações entre eles, que deveriam ser confidenciais, como, por exemplo, proposta de preço, documentos pessoais, carimbos das empresas, com elementos indicativos da existência de conspirações e acordos ilegais entre os envolvidos.

O MPE ainda identificou movimentações entres os investigados e entre os investigados e servidores públicos, além de transações atipicas indicativas de lavagem de dinheiro.

“As ilicitudes, porém, não se limitaram aos vinculos, mas também aos documentos apresentados nas fases das licitações em que o grupo se sagrava vencedor e na fase da execução contratual, mediante subcontratação total do serviço além da inexecução do objeto licitado”.