Venda de antiga loja no centro deve ajudar Grupo Bigolin a pagar dívidas trabalhistas
O antigo imóvel do grupo Bigolin localizado na Rua 13 de Maio, no centro de Campo Grande, foi comprado por uma corretora paranaense por R$ 9,36 milhões. A venda aconteceu durante o segundo leilão de bens da antiga empresa de materiais de construção, que teve a falência decretada pela Justiça e hoje acumula dívidas milionárias, especialmente na esfera trabalhista.
De acordo com a leiloeira responsável pelo processo, a corretora paranaense pagou entrada de 25% (R$ 2,34 milhões), parcelando o restante em 30 vezes. Realizado entre 24 de junho e 27 de julho, o segundo leilão de bens da Bigolin arrecadou R$ 10.091.502,00 em três lotes, sendo o de maior valor exatamente a antiga sede da Rua 13 de Maio.
A Pradebon & Cury Advogados Associados, administradora judicial do Grupo Bigolin, pediu à Vara de Falências, Recuperações, Insolvências e Cartas Precatórias Cíveis da Comarca de Campo Grande realização de conciliação trabalhista. O pedido foi deferido pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva e as audiências acontecem já a partir desta segunda-feira (8) até sexta-feira (12). A expetativa é que sejam atingidos até 30% de abatimento nas negociações com os ex-funcionários, cujo valor total é de R$ 10 milhões.
Ao todo, os dois certames já realizados até agora somaram R$ 29.958.880,80. No primeiro, uma parte do dinheiro foi destinada ao pagamento dos créditos extraconcursais (R$ 4 milhões). O Grupo Bigolin tem uma dívida estimada em mais de R$ 100 milhões, tendo a falência decretada após a segunda assembleia de credores, que concordou com a implantação de um plano de recuperação judicial.
O grupo entrou com pedido de recuperação judicial em 11 de fevereiro de 2016, diante do aumento da concorrência. Naquela ocasião, a empresa informou que tinha dívidas de R$ 54 milhões e recorreu a empréstimos em instituições financeiras. A recuperação judicial, que cria um plano de ação para evitar a falência, foi deferida em 17 de março de 2016. Mas em 2019 a Justiça decretou a falência diante da piora da situação financeira. No mês de agosto de 2021 a empresa teve a falência decretada pela segunda vez.