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Vara Criminal vai decidir se torna, ou não, Marquinos Trad réu por crimes sexuais

O ex-prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por prática de crimes sexuais. Os casos vieram à tona no decorrer deste ano e ganharam força no período eleitoral, quando o político disputou o cargo de governador do Estado, porém, saiu derrotado ainda no primeiro turno.

O processo tramita na 3ª Vara Criminal de Campo Grande. Agora, a juíza responsável Eucelia Moreira Cassal irá decidir se aceita, ou não, a denúncia e torna o ex-prefeito réu.

O caso tramitou em sigilo. Nas poucas informações dadas à imprensa, a delegada Maíra Pacheco Machado, titular da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) responsável pelo caso, disse que recebeu denúncias de 16 mulheres alegando terem sido alvos de ‘investidas sexuais’ por parte do político.

A investigação apontou a prática de três crimes por parte do político, sendo esses assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição. De todas as denúncias, três foram trancadas por determinação judicial e na peça entregue pelo MPMS à Justiça Estadual consta o total de sete vítimas.

O inquérito policial tem 1.650 páginas, contendo depoimentos das denunciantes, das testemunhas, peças da perícia e o interrogatório do investigado na Polícia Civil. A investigação foi aberta após quatro mulheres, sendo duas de 32 anos, outra de 31 e uma de 21 anos, procurarem a polícia para denunciar os fatos.

Na versão delas, os casos teriam ocorrido a partir de 2003 e o chefe do Executivo Municipal na época teria oferecido cargos comissionados em troca de sexo. A DEAM chegou a deflagrar duas operações, uma no dia 9 de agosto, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Paço Municipal, e a outra no dia 31, quando um ex-servidor da Prefeitura de Campo Grande foi preso por estar coagindo as vítimas a mudar os depoimentos à polícia.

Marquinhos Trad só prestou depoimento após o primeiro turno das eleições, no dia 18 de outubro. Na ocasião, ao sair da delegacia, ele alegou ter sido vítima de armação política e afirmou que “o tempo mostraria a verdade”. Nesta quarta-feira (09), procurado pelo andamento do processo, Trad disse que “desconhece o teor da peça ministerial e qual foi a tipificação dos crimes” apontados pelo MPMS.

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