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Um novo capítulo na história do Centro de Belas Artes, o Coliseu abandonado da Capital

Um gigantesco monumento inacabado reina de forma absoluta no centro da cidade há mais de 25 anos. De lá para cá, todos os tipos de fins já foram cogitados para o ‘coliseu campo-grandense’, situado às margens da Avenida Ernesto Geisel, no bairro Cabreúva. Inicialmente, foi projetado para abrigar uma rodoviária, mas desde a primeira década dos anos 2.000 passou a ser visto como um luxuoso e moderníssimo Centro de Belas Artes.

E lá segue se deteriorando com o tempo. Atualmente, tem servido de aterro e depósito para a obra do Reviva Centro, na Rua 14 de Julho.

Nesta terça-feira (06), a Prefeitura Municipal reacendeu as esperanças da população para a conclusão do prédio. O Diário Oficial do Município (Diogrande) trouxe a licitação para contratar uma empresa que deverá executar a primeira parte do projeto do Centro de Belas Artes.

Conforme a publicação, serão investidos no local R$ 4,4 milhões, o montante é parte de uma parcela de um financiamento de R$ 11 milhões que a Prefeitura contratou no final do ano passado. A área que será concluída tem 4.357,33 metros quadrados e corresponde a apenas 28% dos 16 mil metros quadrados do prédio.

A conclusão de toda essa estrutura custaria, aproximadamente, R$ 16 milhões, segundo informou a Prefeitura, já adiantando não ter recursos disponíveis no momento para tamanho investimento. Em 2007, na época do prefeito Nelson Trad Filho, todo o projeto do Centro de Belas Artes havia sido orçado em incríveis R$ 35 milhões.

Obra será feita às pressas

A licitação assim, de emergência, ocorre devido ao prazo de vencimento decorrente de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela Prefeitura da Capital com a 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público, ainda no ano de 2008, no qual estipulava a conclusão da obra até 31 de julho de 2020.

No ano passado, o prefeito Marcos Trad fez um novo acordo com a Promotoria de Justiça, no qual se comprometeu a concluir parte do prédio com recursos próprios para, assim, encerrar o TAC de 2008 sem prejuízos aos cofres públicos.

O prejuízo é pauta é que, caso a Prefeitura não acabe a construção do Centro de Belas Artes até 2020, conforme determina a TAC, terá que devolver ao Ministério do Turismo o montante de R$ 10 milhões, em valores corrigidos. O dinheiro é fruto dos financiamentos já pagos pela obra, que nunca avançou nestes mais de 10 anos.

O Ministério do Turismo repassou ao Município de Campo Grande R$ 8,3 milhões em duas parcelas, a primeira no ano de 2008 e a outra em 2010. Para onde foi esse dinheiro, nem Deus sabe!

Projeto readequado para curto prazo

As propostas das empresas participantes serão abertas no próximo dia 8 de setembro e os trabalhos devem iniciar já no final de outubro. O projeto original precisou ser readequado, com intervenções no subsolo, onde, em princípio, poderá funcionar o Arquivo Histórico Municipal, o acervo do arquivo municipal e uma biblioteca.

No 1º andar, com 2.860.97 metros quadrados, ficará a Secretaria de Cultura e Turismo, salas de dança, salas multiuso (uma delas com 650 lugares) e um auditório com 124 lugares. O projeto contempla ainda um pórtico de entrada, pavimentação do pátio e uma base de apoio da Guarda Municipal.

Para o restante do prédio, com 11.642,67 metros quadrados, a Prefeitura fará uma parceria público-privada (PPP).

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