Trabalhador campo-grandense gasta quase 60% do salário para comprar alimentos básicos para a sua família
O custo da cesta básica, em Campo Grande, obteve um aumento de 0,84% em junho. O índice, aliás, foi o quinto maior entre as 17 capitais brasileiras acompanhadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Em valores reais, o preço subiu de R$ 724,09, registrado em maio, para R$ 730,19, ou seja, em um mês o custo dos alimentos básicos para o dia a dia de uma família foi reajustado em R$ 6,10.
Os dados foram divulgados nessa quinta-feira (06) pelo DIEESE, conforme o levantamento, são necessários 121h42 de trabalho para pagar a cesta, cujo valor local representa 59,80% de um salário mínimo de R$ 1.320,00. O levantamento também apontou que o valor de uma cesta básica para uma família composta por até quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, é hoje de R$ 2.190,57 em Campo Grande. Ao longo dos últimos 12 meses, o custo varia 3,12% e, no corrente ano, -1,88%.
O aumento aconteceu porque a batata, um dos legumes que integra a cesta básica, teve alta de 36,89% no período, vendida à média de R$ 6,16 o quilo. Em 12 meses, contados a partir de Junho de 2022, o preço médio do tubérculo era de R$ 4,80 o quilo, o que representa uma alta de 28,33% de lá para cá.
Outros produtos que aumentaram significativamente entre maio e junho foram o tomate, com reajuste médio de 5,34% o quilo, e a banana, aumentada em 2,76% o quilo. No caso da banana, teve fim uma sequência de cinco meses consecutivos de queda de preços. Em 12 meses, o fruto e a fruta acumulam alta de 41,78% e 15,99%, respectivamente.
Ainda na lista dos vilões do mês, a carne bovina (0,34%) e pãozinho francês (0,19%) mantiveram as altas observadas no mês anterior, sendo comercializados ao preço médio de R$ 38,88 e R$ 16,13 o quilo de cada alimento, respectivamente.
A maior oferta de animais para abate e a menor demanda, pelos altos patamares de preço do quilo da carne, foram os fatores mais importantes para o resultado mensal da carne bovina.
Já entre os produtos que sofreram redução de valores, estão o feijão carioquinha (-18,20%), o Óleo de soja (-8,28%), estes completando 1 semestre de queda de preços, a Farinha de trigo (-1,23%), Arroz (-0,85%) e a Manteiga (-0,59%).
Já o Café em pó (-1,96%) e leite de caixinha (-1,31%) reverteram a alta do mês de maio, com o café sendo comercializado ao preço médio de R$ 14,15 e o leite, ao preço médio de R$ 6,04.
No caso do café, é explicado que a redução do preço é consequência do volume de grãos da nova safra e o clima favorável, que permitiu progresso na colheita.
No cenário nacional, O DIEESE apontou que São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 783,05), seguida de Porto Alegre (R$ 773,56), Florianópolis (R$ 771,54) e do Rio de Janeiro (R$ 741,00). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 567,11), Salvador (R$ 595,84) e João Pessoa (R$ 604,89).
Com base na cesta mais cara do País, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima que o valor do salário mínimo necessário em junho deveria ter sido de R$ 6.578,41, ou 4,98 vezes o mínimo de R$ 1.320,00.
Para efeitos de comparação, no mês de maio o valor necessário era de R$ 6.652,09 e correspondeu a 5,04 vezes o piso mínimo. Em junho de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.527,67 ou 5,39 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00. Confira a pesquisa na íntegra clicando aqui.