‘Tenho na barriga uma bebê viva e outra morta’, conta mãe de gêmeas com doença rara
A gestação é o momento mais especial da vida de uma mulher. Ver a barriga crescer lentamente, sentir todas as transformações do corpo e dar de mamar enquanto contempla o olhar fixo do filho são apenas algumas das experiências mais marcantes de quem engravida.
Entretanto, nem todas as gestações são tranquilas, em alguns casos acontecem coisas desagradáveis e inesperadas, como a perda do bebê ainda na sua fase de desenvolvimento ou o eventual nascimento da criança com alguma síndrome ou problema de saúde que possa comprometê-la.
Em Campo Grande, a nutricionista Thaiana Loena Fraga, de 29 anos, está passando por uma situação bastante delicada e bem comovente.
Grávida de gêmeos, ela perdeu uma dos bebês com 27 semanas de gestação devido a uma síndrome raríssima.
E para poder salvar a vida do segundo, Thaiana precisou manter a sua gravidez mesmo com um dos bebês sem vida há quase dois meses em sua barriga.
A história dela foi contada pela TV Morena e publicada na página do site G1. Na entrevista, ela relatou que sempre teve o sonho de ter filhos gêmeos, já que tinha histórico na sua família.
Seu sonho se realizou após algum tempo de planejamento. Os bebês, ambos do sexo feminino, receberam os nomes de Maria Alice e Maria Heloísa.
Mas o que estava perfeito acabou sendo desmanchado feito um castelo de areia na beira da praia.
Thaiana Fraga sabia que a sua gestação gemelar univitelina, em apenas uma placenta, poderia haver complicações, mas jamais pensou que a previsão realmente iria se concretizar.
Após diversos exames e avaliações, ela descobriu no fim de novembro de 2021, quando estava na 27ª semana da gestação, que possuía a Síndrome da Transfusão Feto-Fetal (STFF).
Segundo o diagnóstico médico, a síndrome acontece quando um dos fetos passa a ‘doar’ sangue para o outro e fica anêmico.
O receptor, por sua vez, recebe muito sangue e tem a produção de líquido amniótico aumentada, sobrecarregando o coração, o que aconteceu com Maria Heloisa.
Com isso, Thaiana Fraga precisou ir para Campinas (SP) para realizar uma intervenção cirúrgica e tentar salvar os bebês.
Ao site, ela explicou que tudo aconteceu muito rápido. A síndrome foi descoberta durante uma consulta de rotina. O médico percebeu que os cordões umbilicais se uniram e que uma dos bebês estava sugando o sangue do outro e que o coração não estava dando conta.
Em Campinas, os médicos tentaram cauterizar onde ocorria essa ligação entre os fetos. A única alternativa era a cirurgia, com 55% de chance das duas sobreviveram.
Após a cirurgia, em uma consulta com a obstetra foi constatado o que Thaiana mais temia: um dos bebês, Maria Heloísa, estava sem batimento cardíaco.
Apesar disto, foi decidido mantê-la na sua barriga porque a placenta ainda tinha bastante liquido e também não há risco de infecção para a outra menina.
Thaiana Fraga dará a luz na terça-feira, dia 25 de janeiro, em um parto cesariano. Ao site G1, ela contou que deseja pegar as duas bebês no colo, mas sabe que precisa pensar em como será o sepultamento de Maria Heloísa. “É muito dolorido!”, disse ela.
De acordo com a família de Thaiana Fraga, devido ao procedimento cirúrgico, exames e viagem até Campinas, eles obtiveram um custo altíssimo na ordem de R$ 80 mil com o tratamento, quantia essa que consumiu todos os recursos que mantinham em caixa.
Por conta disso, para ajudar nas despesas, a família está promovendo a rifa de uma TV de 50 polegadas ao custo de R$ 30,00 o número. Quem quiser comprar e ajudar a auxiliar nesse momento de tristeza e alegria pode entrar em contato pelo número (67) 99231-8098.