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Subsídio e escalonamento dos horários: vereadores discutem medidas para conter avanço da covid-19 nos ônibus

Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande reuniram, na manhã desta quarta-feira (07), representantes do Consórcio Guaicurus e da Prefeitura para debater novas medidas para conter avanço da covid-19 no transporte coletivo. Entre as sugestões, estão o subsídio para que a empresa possa aumentar a frota, diminuindo a lotação, e o escalonamento no horário dos trabalhadores que utilizam o ônibus diariamente.

“Nessa situação atípica, da pandemia, precisamos manter o distanciamento e aplicar algumas medidas de extrema urgência para diminuir o contágio. Se faz necessária uma medida emergencial, que já foi tomada em algumas capitais através de aporte financeiro. Assim, aumenta-se o número de ônibus. O município e a Agetran [Agência Municipal de Transporte e Trânsito] já fizeram o que conseguiam, aumentando as viagens no período do horário de pico”, disse o diretor-executivo da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), Otávio Gomes Figueiró.

A Câmara tem atuado e articulado, junto ao Executivo, propostas para diminuir a lotação nos ônibus, considerado um ponto de estrangulamento para o avanço da covid-19. Na última semana, uma primeira reunião foi realizada. Antes, uma comissão de vereadores fiscalizou os terminais Morenão, Júlio de Castilho, General Osório, Guaicurus, Nova Bahia, Aero Rancho e Hércules Maymone nos horários de pico, com o objetivo de averiguar a lotação dos itinerários dos ônibus.

A Casa ainda encaminhou ofício à Agetran, com cópia ao Consórcio Guaicurus, cobrando o aumento da quantidade de ônibus circulando na Capital, principalmente nos horários de pico, por conta do aumento dos casos de coronavírus na cidade.

“Algumas medidas imediatas foram feitas. Já reforçamos a limpeza, desinfecção com hipoclorito onde as pessoas encostam mais as mãos ou sentam. Já vínhamos fazendo a desinfecção com os caminhões. Já começamos com uma quantidade de frota maior, com mais veículos nas ruas. Na manhã, temos 95 viagens a mais em relação há duas semanas atrás, e 72 a mais a tarde, isso tudo visando criar mais alternativas para o usuário”, apontou o diretor-presidente da Agetran, Janine Bruno.

Segundo o presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Câmara Municipal, vereador Coronel Alírio Villasanti, as decisões devem ser tomadas em conjunto, já que irão impactar diretamente na vida das pessoas. Para ele, o escalonamento do horário do comércio é fundamental para que se possa diminuir o fluxo de usuários.

“Verificamos a situação e trouxemos os principais atores para essa discussão, para que juntos possamos formular alternativas que melhore o transporte. Estudamos a flexibilização do horário do comércio, a capacidade dos ônibus. Está se encaminhando, felizmente, para que possamos discutir várias questões e buscar soluções em conjunto. É um momento de serenidade e prudência para discutir o que é bom para a população”, analisou.

Para o presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, o debate com a Casa serve para, além de buscar soluções, desmistificar narrativas. “Está evidente a importância do transporte coletivo na vida das pessoas, e ele tem sido alvo de questionamentos. O consórcio apresentou para a Semadur [Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana] um projeto de biossegurança. Ele está sendo praticado e temos observado poucas ocorrências de pessoas resistentes ao uso da máscara”, disse, defendendo também o escalonamento do horário no comércio.

“Não precisa apenas aumentar o número de ônibus em horário de pico. O debate em busca do escalonamento do horário de funcionamento das repartições públicas, indústria e comercio, é algo que deve ser implantado e vamos favorecer não apenas o transporte coletivo, mas também o trânsito”, finalizou.

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