Sérgio Moro se filia ao PODEMOS e apresenta projetos para campanha de 2022
Anunciado como ‘o futuro presidente do Brasil’, o ex-juiz Sérgio Moro se filiou nesta quarta-feira (10) ao PODEMOS visando exclusivamente a disputa das eleições nacionais e estaduais de 2022.
O evento, que aconteceu em Brasília (DF), contou com a presença do ex-ministro da Saúde e ex-deputado federal de Mato Grosso do Sul, Luiz Henrique Mandetta.
Embora ainda não tenha declarado publicamente ser pré-candidato a presidente da República, Moro chega como o principal nome da legenda para a disputa do cargo.
No discurso, ele citou seus trabalhos como juiz federal e, principalmente, quando julgou os políticos no desfecho da Operação Lava Jato, que culminou na prisão do ex-presidente Lula (PT).
Também falou sobre o período em que esteve como ministro da Justiça, de 2019 a 2020, e o descontentamento com a gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).
Em tom político, Sérgio Moro disse que nunca recuou de um desafio e que sempre se manteve firme em seus princípios e que sempre foi considerado um juiz firme. “O Brasil não precisa de líderes que tenham voz bonita. O Brasil precisa de líderes que ouçam e atendam a voz do povo brasileiro”, discursou.
Em outro momento, falou que aceitou o convite de Bolsonaro para ser ministro no intuito de poder fazer mais para o Brasil, após todos os escândalos revelados pela Lava Jato, mas acabou surpreendido pelo próprio presidente meses depois da posse.
“O meu desejo era continuar atuando, como ministro, em favor dos brasileiros. Infelizmente, não pude prosseguir no governo. Quando aceitei o cargo, não o fiz por poder ou prestígio. Eu acreditava em uma missão. Queria combater a corrupção, mas, para isso, eu precisava do apoio do governo e esse apoio me foi negado”.
Moro aproveitou para criticar Bolsonaro pelo cenário econômico pós-pandemia, com juros altos e a inflação descontrolada e também cutucou o PT pelo crescente desemprego no país.
“Não falo por ser pessimista, mas porque o país está indo para o rumo errado. Como exemplo, é só olhar o número elevado de pessoas desempregadas e há quanto tempo as coisas estão assim. Desde a época do governo do PT, o desemprego começou a crescer e não parou mais: Atualmente são 14 milhões de desempregados, sem contar aqueles que já desistiram de procurar empregos… e sem perspectivas de melhorar”.
Em tom político, criticou as reformas produzidas pelo Governo, especialmente aquelas na esfera jurídica e administrativa prejudicando o curso de investigações que envolvem os próprios políticos.
“Eu sonhava que o sistema político iria se corrigir após a Lava Jato. Que a corrupção passaria a ser coisa do passado e que o interesse da população seria colocado em primeiro lugar. Isso não aconteceu, infelizmente. E embora tenha muita gente boa na política, nós não vemos grandes avanços”.
Por fim, justificou o seu ingresso na política como uma nova alternativa para ajudar o País. “Após um ano morando fora, eu resolvi voltar. Não podia ficar quieto, sem falar o que penso, sem pelo menos tentar mais uma vez, com você, ajudar o país. Então resolvi fazer do jeito que me restava: entrando para a política, corrigindo isso de dentro para fora”, discursou Sérgio Moro.
Sobre a escolha do PODEMOS, o ex-juiz disse que a legenda defende as mesmas pautas da Lava Jato e o fim da corrupção e que ele tem um ‘projeto forte, vigoroso, mas não é agressivo’.
Ao apresentar seus projetos políticos, Moro citou, entre outras coisas, dar apoio aos microempresários, a volta da execução da condenação criminal em segunda instância, proteger a família contra a violência, a desagregação e contra as drogas e a erradicação da pobreza.
“Uma das prioridades do nosso projeto será erradicar a pobreza, acabar de vez com a miséria. Isso já deveria ter sido feito anos atrás. Para tanto, precisamos mais do que programas de transferência de renda como o Bolsa-Família ou o Auxílio-Brasil. Precisamos identificar o que cada pessoa necessita para sair da pobreza”.
Por fim, Moro afirmou que não tem interesse pessoais e que seu único objetivo é ajudar o Brasil. “Jamais usarei o Brasil para ganho pessoal. Vocês sabem que podem confiar que eu sempre vou fazer a coisa certa. Ninguém irá roubar o futuro do povo brasileiro. Estou, portanto, recomeçando hoje, à disposição de vocês, por um Brasil justo para todos”, concluiu.