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Sede do Incra em Campo Grande é ocupada por integrantes do MST para pressionar a reforma agrária

A sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e da Reforma Agrária) em Mato Grosso do Sul, localizada na cidade de Campo Grande, foi invadida e ocupada por um grupo composto por cerca de 200 pessoas ligadas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Informações da assessoria de imprensa do MST apontam que a mobilização iniciou por volta das 07 horas, de forma pacífica e organizada. O ato é parte de uma campanha nacional em defesa do avanço da reforma agrária, que está acontecendo ao longo deste mês de abril.

O MST redigiu também uma carta (leia aqui) que servirá de ponto de partida para as negociações em Mato Grosso do Sul. “Nossa mobilização é uma ação organizada com objetivo de avançarmos na negociação com o Incra em MS e no Brasil, rumo à Reforma Agrária”, manifesta Laura Santos, da direção estadual do Movimento.

No estado, são reivindicados assentamentos em Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Corguinho, Itaquiraí, Japorã, Batayporã e Dourados. O Movimento também apresentou uma lista de fazendas com denúncias de trabalho escravo em Anastácio, Antônio João, Nioaque, Iguatemi, Naviraí e Jardim.

Sede do Incra em Campo Grande é ocupada por integrantes do MST para pressionar a reforma agrária
MST na sede do Incra em Campo Grande (Foto: Divulgação)

O período entre 15 a 19 de abril foi definido como o de maior intensidade das mobilizações. A campanha Abril de Lutas faz referência ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando 21 trabalhadores rurais foram mortos pela Polícia Militar, a mando de latifundiários. A chacina ocorreu em 1996 e é relembrada anualmente.

Para o MST, as iniciativas do Governo Lula voltadas para a Reforma Agrária se mostraram insuficientes e ainda há 70 mil famílias sem-terra vivendo em acampamentos. A Constituição Federal de 1988 prevê a realização de Reforma Agrária em terras improdutivas, ou seja, onde não há utilização pelos proprietários.