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Saiba como entrar em 2021 com as contas no azul

Perguntar quanto você está devendo e, mais do que isso, entender o detalhe dessa divida: quanto você estava devendo originalmente e quanto contabilizou de juros posteriormente. Saber essa diferença é importante porque permite fazer uma renegociação bem-sucedida. É preciso ter uma conversa franca com o credor para adequar o pagamento ao seu planejamento”, afirmou.

 A criadora do Finanças Femininas, Carol Sandler, completou que é preciso fazer uma autoanálise das finanças, usando como base as faturas e extratos dos últimos três meses, olhando linha por linha e separando o que é essencial e o que são pagamentos de parcelas de dívidas e também o dinheiro que eventualmente conseguiu guardar. A partir disso, basta analisar as proporções do que é gasto com cada categoria e comparar com o que seria o ideal.

“Se a pessoa está endividada, existe uma proporção ideal para isso, que é 50% para bancar os essenciais, 20% os supérfluos e 30% o pagamento das parcelas das dívidas. Para quem não está endividado, a proporção muda para 50% para os essenciais, 30% para supérfluos e 20% para guardar todo mês. Não dá para sonhar com atingir o mundo ideal do dia para a noite, mas é importante fazer esse exercício para ver qual é a sua realidade financeira agora e começar a entender o que é preciso fazer”, explicou.

Para quem está muito endividado, a dica é listar todas as dívidas e verificar se o gasto com elas é muito maior do que os 30% ideais. Se isso ocorre, o melhor é fazer a renegociação, mostrando que o percentual da renda mensal comprometida é maior do que o possível e, assim, insustentável. “A partir daí, deve-se questionar o credor sobre a melhor negociação possível para ficar com uma dívida capaz de ser paga. O que o credor mais quer ver é sua intenção de pagar a dívida”.

Carol lembrou que ao olhar os juros é fácil perceber quais são as dívidas que devem ser pagar primeiro. Geralmente são as de cartão de crédito e cheque especial, porque são as mais caras, com juros maiores. “Sempre priorizamos o que tem os juros maiores, porque são as dívidas que crescem mais rápido e que acabam se tornando as mais caras. Em alguns casos, se a taxa de juros de um empréstimo for mais baixa do que a da dívida, vale a pena pegar o empréstimo para pagar a dívida”.

Outro detalhe a observar para manter as contas no azul são as tentações que aparecem a todo tempo e que levam  ao consumo desnecessário. Segundo Carol, o maior vilão do endividamento é o cartão de crédito, que dá a falsa ideia de que que temos dinheiro sobrando. “Essa dívida é baseada na desorganização, no descontrole, no impulso. Então, o que eu sugiro é que a pessoa, pare e olhe como ela está gastando esse dinheiro, porque fazendo esse exercício de ver quanto se gasta com supérfluos, é possível identificar onde há um problema”.

Ela ensina ainda truques como antes de fazer qualquer compra por impulso, tirar dez minutos para pensar em outra coisa, mudando o foco, fazendo outra atividade. Depois desses dez minutos, analisar se ainda se lembra do que estava prestes a comprar. Outra ideia é anotar todos os impulsos que tem, sempre que der vontade de comprar alguma coisa, para depois analisar se há dinheiro para comprar aquilo ou não.

“O que eu vejo é que os impulsos vêm e nem sempre eles correspondem ao desejo real da pessoa. Você compra uma coisa pela internet e quando chega, a pessoa nem lembrava que havia pedido aquilo e acaba ficando largado em casa. Às vezes, só dar distância para controlar o impulso, ver se realmente quer aquele produto, já pode impactar muito”, afirmou.

Outra dica é desfazer a inscrição em e-mails marketing de lojas nas quais se costuma comprar, parar de seguir marcas nas redes sociais, além de influenciadores que fazem com que se gaste mais, e assim criar um ambiente onde não fique tão exposto a desejos de consumo.

 

*Por Agência Brasil

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