Risco fitossanitário: MS já registra 1,6 mil hectares com a praga Amaranthus palmeri
No topo da lista de pragas com o maior risco fitossanitário (medida sanitária para preservação ou defesa dos vegetais), a Amaranthus palmeri foi detectada em Mato Grosso do Sul e acendeu o alerta dos órgãos ligados à segurança agropecuária. Na última sexta-feira (17), a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro) emitiu uma nota técnica trazendo esclarecimentos acerca da detecção da praga quarentenária.
De acordo cm a Nota Técnica Nº 001/2023, foram mais cinco focos da Amaranthus palmeri (caruru palmeri ou caruru gigante) detectado no município de Aral Moreira. Com isso, Mato Grosso do Sul já soma seis focos, sendo que o primeiro foi registrado em Naviraí, tendo sido detectado em dezembro de 2022. Agora, são 1.660 hectares com a presença da praga.
A Iagro disse que coletou amostras da planta invasora em áreas de cultivo de soja, observando nas plantas características típicas da espécie e, também, com relato de resistência ao controle químico. A identificação da espécie de Amaranthus palmeri ocorreu por meio de técnica molecular, sequenciamento genético, realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do MAPA em Goiânia (LFDA-GO).
Como medida de proteção, as áreas infestadas estão sendo interditadas para colheita, visando assim conter a disseminação da praga e que deverão ser liberadas logo após conclusão do arranquio e incineração das plantas de caruru palmeri pelo produtor. Além disso, a Iagro pontuou que tem intensificado os levantamentos fitossanitários nas áreas de cultivo agrículas e feito o controle do trânsito de maquinário entre as áreas contaminadas e também de fora do estado.
Aos produtores rurais, a Agência pediu que reforcem as medidas fitossanitárias preconizadas para o controle da praga e repassou as seguintes orientações:
- Monitoramento quinzenal nos cultivos agrícolas;
- Em caso de presença de plantas de caruru com resistência a herbicidas, ensacar a planta antes do arranquio, para evitar dispersão de sementes e promover a incineração do material vegetal;
- Em talhões infestados, promover a desinfestação do maquinário agrícola na propriedade rural, antes de utilização em outra área sem a ocorrência da praga;
- Restringir o trânsito de maquinários (caminhões, implementos e colhedora) de fora da propriedade rural.
“Em razão do potencial de disseminação e da agressividade do caruru palmeri é fundamental que qualquer novo caso seja comunicado ao assistente técnico responsável pela área de produção e às autoridades sanitárias, estadual (IAGRO), no e-mail ddsv@iagro.ms.gov ou federal (SFA-MS/MAPA) telefone (67) 3041-9331, visando evitar sua dispersão e mitigar os impactos diretos e indiretos que a praga pode causar”, pontua a nota técnica.
Saiba mais
De acordo com a Embrapa, a Amaranthus palmeri é uma planta daninha exótica de caruru, de crescimento rápido e extremamente agressiva. Relatos indicam que uma planta pode produzir de 100 mil a 1 milhão de sementes. As principais características são:
- Os pecíolos das folhas são iguais ou maiores que a lâmina foliar.
- Apresenta flores ou masculinas ou femininas, separadas em cada planta. Ao ser tocada a inflorescência feminina dá a sensação de ser espinho.
- As folhas são arranjadas de forma simétrica no caule que apresenta estrias longitudinais sem pilosidade. Eventualmente nas folhas aparecem manchas brancas em forma de “V”, e um pequeno pelo no final da nervura central.
- São facilmente confundidas com outras espécies comuns no Brasil.