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Recém-nascida aguarda sozinha por adoção em hospital de MS

Uma recém-nascida, de apenas 40 dias de vida, precisa urgentemente de um lar. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10) pelo juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, que atua na área da infância e da adolescência de Corumbá.

De acordo com ele, a mãe biológica faleceu poucos dias após o parto, mas não havia passado pelo pré-natal uma única vez sequer. Com isso, a bebê nasceu com graves problemas de saúde e está internada em um hospital de Campo Grande, em estado crítico. Não foi divulgado o nome deste hospital.

A criança está sozinha no hospital, já que nenhuma família se dispôs a acolhê-la.

Para o juiz, a recém-nascida é o retrato de muitas crianças no Brasil disponíveis para adoção, mas que não encontram acolhimento e ficam sob a guarda do Estado até que completem 18 anos e sejam obrigadas a enfrentar a vida sozinhas.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), casos como o da recém-nascida são uma das dificuldades enfrentadas pelos juízes brasileiros que atuam na área e desenvolvem um trabalho humanizado, com a rede de apoio, e utilizam o Sistema Nacional de Adoção e de Acolhimento (SNA), uma ferramenta criada para auxiliar juízes das varas da infância e da adolescência na condução dos procedimentos de adoção.

O SNA integra todos os cadastros municipais, estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pretendentes habilitados à adoção, inclusive os cadastros internacionais. Contudo, mesmo com tantos pretendentes à adoção, muitas crianças e adolescentes permanecem em instituições de acolhimento.

“Em contato com o núcleo psicossocial de Campo Grande, fizemos as buscas no SNA e detectamos 14 casais habilitados para o perfil da recém-nascida, porém, nenhum demonstrou interesse neste caso. Assim, restou-nos a opção de relatar essa triste situação para a sociedade sul-mato-grossense na esperança de que algum casal queira acolher a menina”, explicou Maurício.

A Desa. Elizabete Anache, que responde pela Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) de Mato Grosso do Sul, lembra que esta é uma iniciativa de busca ativa aberta. “É uma tentativa de sensibilizar algum pretendente que tenha o desejo de acolher a criança e mostrar à sociedade que a adoção é um instituto que pode transformar muitas vidas. As causas da infância têm prioridade absoluta e esperamos mudar realidades tristes como a dessa recém-nascida”, apontou a desembargadora.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 98462-8245 ou pelo e-mail adocao.coordenadoria@tjms.jus.br.

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