Quadrilha envolvida na morte de adolescentes durante tentativa de execução vai continuar presa
A quadrilha presa pela morte de dois adolescente de 13 anos durante uma tentativa de execução em Campo Grande passaram por audiência de custódia nessa terça-feira (07). O juiz Jorge Tadashi Kuramoto, responsável pelo processo, decidiu pela manutenção da prisão de todos os envolvidos, que agora serão transferidos para o presídio estadual.
Já o atirador, que está detido na sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) desde a tarde de ontem (06), vai passar por audiência de custódia somente na quarta-feira (08) para saber se poderá aguardar pela conclusão do inquérito em liberdade ou se também será transferido ao presídio.
O caso
O crime aconteceu na Rua Flor de Maio, no bairro Jardim das Hortênsias, por volta das 21 horas de sexta-feira (03). Testemunhas disseram que quatro adolescentes estavam tomando tereré em frente de uma casa quando uma dupla de moto apareceu.
O garupa teria apontado a arma para um indivíduo que reside no imóvel vizinho, conhecido por vender drogas, entretanto, o sujeito correu na direção dos adolescentes. No ato, o atirador descarregou o revólver contra todos.
Dos quatro adolescentes, uma menina de 13 anos e um menino, também de 13, acabaram mortos, enquanto os demais foram feridos de raspão. O alvo dos atiradores também foi atingido, mas sem gravidade.
A prisão do atirador
O jovem de 19 anos que teria sido o responsável por descarregar uma arma de fogo contra um grupo de adolescentes se apresentou ao Garras um dia depois da prisão dos seus comparsas no atentado. As autoridades já tinham feito a identificação do atirador e estavam na sua procura.
Acompanhado de advogados e de familiares, ele permaneceu em silêncio durante o interrogatório, alegando que só iria prestar esclarecimentos em juízo. Contra ele havia um mandado de prisão em aberto, que foi cumprido. A defesa destacou que o jovem não tem nenhuma arma de fogo na sua posse.
Em coletiva de imprensa, os delegados Guilherme Scucuglia Cezar e Pedro Henrique Pillar Cunha, do Garras e responsáveis pelo caso, detalharam que um interno do Presídio de Segurança Máxima, identificado como ‘Pato Donald’, de 22 anos, foi quem mandou o grupo matar o jovem de 19 anos, que foi apenas ferido e conseguiu escapar.
A descoberta ocorreu através das leituras de mensagens trocadas por um dos envolvidos no atentado com o mandante, que cumpre pena por diversos crimes. A execução, aliás, estava sendo planejada pelo grupo há pelo menos dois anos e tinha como motivação o fato do jovem ser integrante do grupo rival e também com o tráfico de drogas.