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Protesto cobra justiça por Vanessa Ricarte e medidas eficazes para combater o feminicídio

Cerca de 80 pessoas participaram do protesto exigindo, entre outras coisas, justiça pelo feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, ocorrido na última quarta-feira (12), em Campo Grande. Entre os presentes no evento estavam a vereadora Luiza Ribeiro (PT), deputada federal Camila Jara (PT) e a senadora Soraya Thronicke (Podemos).

O protesto foi organizado pelo Sindicato de Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor/MS), intitulado “Justiça por Vanessa, Basta de Feminicídio”, e teve como objetivo chamar a atenção dos poderes públicos e de toda a sociedade para providências no que tange políticas públicas no combate à violência contra a mulher e o feminicídio.

A mobilização ocorreu no calçadão da Rua Barão do Rio Branco, na esquina com a Rua 14 de julho. Foram apresentadas propostas aos representantes públicos para tornar o combate à violência contra mulher mais eficiente. “É preciso dar um basta e essa é a mensagem que levaremos neste ato”, disse o presidente do Sindjor MS, Walter Gonçalves.

Para a senadora Soraya Thronicke, é preciso desburocratizar o sistema de medidas protetivas, facilitando a intimação dos agressores, e mudar a lei para que policiais e até advogados entreguem a medida protetiva ao agressor. Já a vereadora Luiza Ribeiro reclamou da estrutura da Casa da Mulher Brasileira, classificando como sucateada.

O assassinato de Vanessa Ricarte aconteceu logo após ela deixar a Casa da Mulher Brasileira, onde fica a sede da Delegacia Especializada no Atendimento À Mulher (DEAM), com a medida protetiva, porém, sem ter uma escolta para lhe garantir a segurança. Em uma conversa no WhatsApp, a jornalista reclamou do atendimento que recebeu.

O feminicídio

Protesto cobra justiça por Vanessa Ricarte e medidas eficazes para combater o feminicídio
Vanessa Ricarte (Foto: Arquivo Pessoal/Rede Social)

Segundo o registro, a vítima, que trabalhava como jornalista em um órgão público estadual de Mato Grosso do Sul, tinha ido pela manhã na Casa da Mulher Brasileira registrar o caso de agressão ocorrido na noite anterior e pediu a medida protetiva. Ao retornar para sua casa, no bairro São Francisco, encontrou o autor e tiveram uma discussão.

O companheiro passou a agredi-la com tapas e aplicou três golpes de faca próximo ao coração. Vizinhos escutaram os gritos e foram tentar ajudar, mas o sujeito ameaçou investir e então chamaram a Polícia Militar. Depois, outras pessoas conseguiram arrombar o portão da casa e deter o autor, que acabou preso em flagrante.

A jornalista foi socorrida pelo SAMU e o Corpo de Bombeiros, sendo encaminhada para a Santa Casa, onde passou por uma cirurgia no coração e não resistiu, falecendo em seguida. Amigos disseram que a profissional iria se mudar da casa. O casal estava morando junto há cerca de três anos, mas vizinhos detalharam histórico de brigas e gritarias.