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Prontos para batalha! Aedes aegypti com Wolbachia serão soltos em Campo Grande

Para evitar que Campo Grande sofra com a dengue, febre chikungunya e zika vírus, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, serão liberados no próximo mês os mosquitos da mesma espécie mas com a bactéria Wolbachia (gênero de bactérias que infectam artrópodes) inseridos neles.

No dia 10 de dezembro será inaugurada a Biofábrica do Método Wolbachia em Campo Grande e também serão liberados os primeiros mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia nos bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.

Conforme as informações, as liberações serão realizadas diariamente durante 16 semanas.

Já no próximo semestre, em 2021, será a vez dos bairros Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e América receberem a safra de mosquitos.

O projeto inovador é fruto da parceria da Prefeitura de Campo Grande com o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz, o Governo do Mato Grosso do Sul e o World Mosquito Program (WMP Brasil);

Conheça o Método Wolbachia

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti originais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia já inseridos neles.

Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução destas doenças.

Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.

Nos experimentos em laboratório identificaram que a Wolbachia, que é intracelular, não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos. Ou seja, ao estabelecer uma população de Aedes aegypti com Wolbachia, não haverá alteração significativa nos sistemas ecológicos.

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