Profissional de enfermagem é reconhecido e deve ser indiciado por estuprar mulher no HR
Um profissional de enfermagem do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, foi reconhecido, na tarde desta quinta-feira (18), como sendo o responsável pelo crime de estupro dentro do HR no último dia 4 de fevereiro. O reconhecimento foi realizado pela mulher que denunciou o possível crime, na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) da capital do estado.
Segundo a delegada do caso, Maíra Machado, a vítima teria reconhecido o homem após ele ter prestado depoimento na delegacia, juntamente com outro colega de trabalho que labora no mesmo hospital. O suspeito negou o crime, mas mesmo assim deve ser indiciado por estupro de vulnerável. Ele segue em liberdade, por se tratar ainda de investigações preliminares da ocorrência.
Machado ainda afirmou que as investigações começaram assim que a denúncia foi feita e que, desde então, diversas diligências foram realizadas para desvendar o caso. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também acompanha o caso e disse que a denúncia é muito grave e deve ser apurada o mais rápido possível.
Entenda o caso
Internada por cerca de 15 dias no mês de fevereiro, com o diagnóstico de Covid-19, a paciente gravou um áudio e pediu para a mãe levar até a delegacia, denunciando suposto crime no hospital. No depoimento, ela disse que o suspeito se apresentou durante a madrugada e disse que ia cuidar dela. A noite, porém, “foi de terror”, ainda conforme o relato da mulher.
Segundo a denúncia, a mulher diz que percebeu o crime quando começou a sentir frio e o suspeito teria retirado a coberta, pegado um óleo e dito a ela que “era bom em massagem”. “Eu não conseguia nem entender, falar direito e ele derramou o óleo e senti os dedos dele. Fiquei desesperada, ele pedia calma, pedia para não chamar a atenção e comecei a tossir muito até que outra enfermeira chegou e perguntou o motivo dele estar ali com a luz apagada. Aí depois veio o médico, ele ainda ficou ali um tempo com medo de eu falar algo, até que minha mãe ligou e eu consegui contar por cima”, relembrou.
Após a ligação, a mulher disse que recebeu a visita de uma assistente social, além de outras profissionais que a acalmaram. Em seguida, ela gravou um áudio e a mãe registrou um boletim de ocorrência por estupro de vulnerável.
Polícia solicitou câmeras do hospital
A Polícia Civil instaurou inquérito na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e solicitou imagens de câmeras do hospital, além de pedir a escala de plantão do dia 4 de fevereiro, data da denúncia do crime. A Polícia já ouviu 9 pessoas no inquérito de estupro no HR, sendo quatro enfermeiras que atuam no hospital e cuidaram da paciente, de 36 anos, e os dois enfermeiros suspeitos do crime.
Hospital não vai se manifestar
O HRMS disse que não se manifestará a respeito da denúncia. Em nota, o hospital ainda disse que “todos os casos de supostas infrações nos diversos campos, administrativo e assistencial, são pautados nos ditames éticos e legais vigentes para tomada de providências”.
*Por G1 MS