Problemas na cadeia global e entressafra deixam o café da manhã dos campo-grandenses mais caro
O café da manhã dos campo-grandenses está mais caro. Isso porque alguns dos principais produtos que enriquecem a mesa da família durante as manhãs teve seus valores reajustados ao longo dos últimos meses. O principal motivo para o aumento do preço é a entressafra e até mesmo por consequências de problemas na cadeia global de abastecimento.
As informações são do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que divulgou nessa quinta-feira (04) a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Em Campo Grande, o aumento do conjunto de alimentos essenciais para uma família sofreu leve alta de 0,05%, passando de R$ 748,48, em maio, para R$ 748,89 no mês passado.
Entre os produtos que sofreram com a alta estão aqueles que fazem parte do café da manhã. Em especial o leite, cujo litro de caixinha aumentou 8,68% entre um mês e outro, sendo comercializado a R$ 6,39. A manteiga, também elemento prioritário naquela que é considerada a refeição mais importante do dia, ficou 0,30% mais cara. O café em pó teve acréscimo de 2,08% em função de problemas na cadeia global de abastecimento do grão.
Por outro lado, o tradicional e sempre presente pão francês não registrou variação nos
preços pelo segundo mês seguido. Conforme o DIEESE, há um trimestre o preço médio do quilo do pãozinho permanece com valor de R$ 16,32. A farinha de trigo, seu ingrediente básico, sofreu redução de -1,47% no último mês. No caso do cereal, o percentual é de -16,39% nos últimos 12 meses e o pão o aumento é de 1,18% no mesmo período.
Outro produto que sofreu aumento de preço foi a banana, de apenas 0,84% no quilo, e deve-se à boa oferta da variedade nanica da fruta. A expectativa de abastecimento dos produtores nacionais da variedade prata, com preços ainda elevados, sugere que o cenário possa ser revertido no futuro.
Entre as quedas do mês, estão o açúcar, com -1,81%; o feijão carioquinha, -2,20%; o arroz agulhinha, -2,06%; carne bovina, -1,28%; e o tomate, -1,28%. Os preços médios de um quilo do cereal, da proteína e do fruto foram de R$ 6,18, R$ 35,48 e R$ 9,24, respectivamente.
Já os produtos que mais tiveram aumento de preço foram o óleo de soja, com 3,91% de reajuste, e a batata, com 1,20%. Nos últimos 12 meses, o derivado da soja não registrou variação (0,00%) e o tubérculo mantivesse a alta mais expressiva, com 64,77% de aumento no valor de mercado.
A pesquisa do DIEESE colocou a cesta básica de Campo Grande como a sexta mais cara entre as 17 capitais brasileiras observadas. Ao longo do ano, o valor do conjunto de alimentos básicos aumentou 7,34%, já levando em consideração apenas os últimos 12 meses, o impacto ao consumidor foi de 2,56% a mais.
A jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na Capital foi de 116 horas e 41 minutos, aumento de 4 minutos na comparação com o mês anterior. Na comparação com junho do ano passado, quando a jornada foi de 112 horas e 42 minutos, houve redução em 04 horas e 01 minuto neste ano.
O comprometimento do salário mínimo líquido para aquisição de uma cesta básica teve acréscimo em 0,03 p.p, posto que registrou o percentual de 57,34%, contra 57,31% notado em maio. Em junho de 2023, quando o salário mínimo líquido estava em R$ 1.121,10, o comprometimento da cesta alcançou 59,80%.