Prefeitura investe em reordenamento viário, onda verde e ciclovias para melhorar mobilidade urbana
Faixas específicas para ônibus, ambulâncias, táxis, reordenamento viário, instalação de ciclovias, onda verde e semaforização em vias de grande fluxo são algumas das medidas que a Prefeitura de Campo Grande vem promovendo para melhorar a mobilidade urbana e a fluidez no trânsito.
Uma das ações já garantidas pela Prefeitura de Campo Grande são a abertura de novas ciclovias, revitalização das existentes, implantação de ciclofaixas e criação de rotas cicloviárias. Com uma malha de 91 km, o Ministério da Economia já liberou R$ 2,75 milhão de um total de R$ 4 milhões, de recursos alocados por emendas parlamentares.
Os técnicos da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) estão elaborando os projetos. Já está definida a intervenção na Avenida Gury Marques até a Rua Buenópolis (Bairro Cidade Morena), projetada como trecho final do novo acesso às Moreninhas.
Quando todo o traçado estiver pronto, quem mora nos bairros nesta região poderá sair da Avenida Gury Marques, atravessar às Moreninhas, chegar e transpor a Avenida Guaicurus e seguir em frente pela ciclovia aberta neste ano, no prolongamento da Avenida Rita Vieira até interligar através da Rua assunção e Av. Interlagos a Av. Costa e Silva.
Também já é certa a interligação da ciclovia da Gury Marques com a já existente na Avenida Cafezais, quandom for realizada a duplicação da mesma, no trecho compreendido entre a Av Gury Marques e Av. Delegado Alfredo Hardmann. Essa interligação dará acesso aos bairros Paulo Coelho Machado, Jardim Canguru e Los Angeles.
A ciclovia da Gury Marques se estende até perto do cruzamento com a Avenida Fábio Zahran, trecho onde recebe a denominação de Av. Costa e Silva. Importante eixo de interligação da cidade à Região Sul.
Outra intervenção projetada é a interligação da ciclovia da Orla Morena até a Av. Tamandaré, passando pelas ruas Plutão e Urano.
Para se ter uma ideia da importância disso, em 2020, em meio à pandemia da covid-19, a venda de bicicletas no Brasil cresceu 50%, na comparação com 2019, de acordo com a Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas). Já a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) projeta a alta de 12,8% na produção deste ano. E o setor conta ainda com redução do imposto de importação.
Outra meta a concluir são as rotatórias do Tiradentes (Avenida Três Barras com Av. Marques de Lavradio e Rua José Nogueira) e da Av. Euler de Azevedo com a Av. Tamandaré.
A do Tiradentes, a Prefeitura assinou um Termo de Convênio com o Detran/MS. A expectativa é que a obra se inicie no início de 2022. O Detran irá entrar com a infraestrutura de pavimentação, meio-fio e drenagem e a Prefeitura entra com sinalização vertical e horizontal, além da semaforização. Os valores das contrapartidas são R$ 994 mil do Governo do Estado e R$ 700 mil da Prefeitura.
O reordenamento viário das rotatórias em pontos estrangulamento foi uma das primeiras medidas realizadas pela Prefeitura. A primeira rotatória a receber a intervenção foi a da Av. Mato Grosso com Av. Nelly Martins. No local passam cerca de 38 mil veículos/dia.
De acordo com o diretor presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno, ali foi feito um alargamento na Avenida Mato Grosso e diminuição da rotatória, mantendo-a, para que houvesse caixa de acomodação. Também foi feita uma semaforização inteligente.
“Essa readequação integrou também a Rua Antônio Maria Coelho e resolveu o problema de congestionamento na região, foi a primeira experiência e foi um sucesso”, disse.
Já a segunda foi a Rotatória da Coca Cola, localizada na Av. Interlagos com a Av. Gury Marques. Ali já passavam cerca de 44 mil veículos/dia pelo local. Diferentemente da primeira, nesta não foi necessário alargar a rotatória. O maior desafio era levar segurança, principalmente a pedestres e ciclistas, que precisavam fazer a travessia.
“Semaforizamos, preparamos para os pedestres, e principalmente, para os ciclistas. Hoje tem botoeira. Então tanto um quanto outro aperta a botoeira e quando fecha o sinal ele atravessa em segurança”, explicou Janine.
A última que recebeu intervenção até o momento é a rotatória da Rua Joaquim Murtinho com a Av. Ceará e Av. Eduardo Elias Zahran. A mais difícil de todas, não só pelo trafego de veículos, cerca de 68 mil ao dia, mas por questões de engenharia.
“Para fazer a readequação, a rotatória foi removida, substituída por alças de acesso, com dois conjuntos semafóricos para garantir todas as conversões. Uma das alças, corta ao meio a antiga rotatória, o que proporcionou melhora ao acesso ao centro da cidade (pela Joaquim Murtinho) para quem vem pela Zahran ou da saída para Três Lagoas”, explica Rudi Fiorese, secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos.
Outra ação muito importante e que melhorou a fluidez do trânsito foi a implantação de 107 novos semáforos em locais de estrangulamento e também o uso da onda verde. Para instalar os conjuntos semafóricos foi dada prioridade a cruzamentos perigosos, tanto para veículos, mas principalmente, para pedestres.
Um exemplo é a implantação do semáforo na Rua prefeito Heráclito Figueiredo com Johannesburgo em julho de 2017. Na Heráclito de Fiqueiredo, por exemplo, de julho 2017 a julho de 2018 foram registrados 43 acidentes. De julho de 2018 a julho de 2019 foram 41 acidentes. E de agosto de 2019 a agosto de 2020 foram 30 acidentes. Uma redução de 31% no número de acidentes.
Já na Rua Johanesburgo os sinistros de julho 2017 a julho 2018 foram três em toda rua. Em agosto de 2018 a agosto de 2019 foram quatro acidentes. E de agosto de 2019 a agosto de 2020 foram dois acidente.
Para a chefe da Educação para o Trânsito da Agetran, Ivanise Rotta, esse tipo de intervenção, bem como outras como radar, quebra-molas, influi em toda a via, melhorando a fluidez do trânsito.
Ações pequenas podem trazer muitos ganhos. A abertura do canteiro da Av. Ministro José Arinos, por exemplo, lembra Janine, reduziu o trajeto doa motoristas que vem pela Rua Cacildo Arantes para chegar à avenida.
“O motorista que vinha pela Rua Cacildo Arantes para chegar à Avenida Ministro José Arinos precisava contornar toda a Rua Cacildo Arantes até a Rua Jeribá e depois voltar até chegar à avenida. Agora, com a abertura do canteiro na Avenida Ministro José Arinos, ele não precisa mais vir pela Rua Jeribá, o que aliviou a pressão nesta rua”, explicou.
Já a sincronização semafórica, mais conhecida como onda verde, foi realizada nas avenidas Calógeras, Ceará, Júlio de Castilho, Fernando Correa da Costa, Mato Grosso, Afonso Pena, Eduardo Elias Zahran e nas ruas Antônio Maria Coelho, 13 de Maio, Rui Barbosa, Pedro Celestino, Padre João Crippa, José Antônio, 13 de Junho, 25 de Dezembro e Bahia.
A vantagem desta medida é que o trafego flui com mais facilidade, diminui o tempo de espera do motorista e o estresse no trânsito, o que por conseguinte reduz acidentes, reduz o consumo de combustível e poluição, melhorando também a segurança no trânsito.
Para a subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos, Catiana Sabadin, transformar a mobilidade, para que ela seja realmente ativa, envolve mudanças por parte dos gestores públicos, da sociedade e das empresas. Ela se lembra que Campo Grande está avançando, e cita o Reviva Campo Grande, como um dos grandes exemplos disso.
“O Reviva é produto de um Plano de Mobilidade, que está passará por uma revisão. Isto é importante porque vai atualizar as novas centralidades, os novos empreendimentos, entender como a cidade tem crescido e, principalmente, como ela tem “transitado”, as idas e vindas, as origens e destinos, para onde a população está caminhando. Só a partir desses estudos é possível tratar as vias de acordo com a necessidade que a população tem. O novo Plano de Mobilidade vai nortear os futuros projetos que o Município vai executar”, explica.
As ações foram realizadas pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), pela Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb) e pela Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe).