Prefeitura de Amambai cria comissão para investigar morte de bebê após sequência de atendimentos médicos
A morte de um bebê de apenas quatro meses na cidade de Amambai vai ser alvo de uma Sindicância Administrativa da Prefeitura Municipal. A ocorrência foi registrada no dia 16 deste mês, sendo que a vítima passou por três atendimentos com médicos diferentes nas unidades públicas de saúde. O casso está sendo investigado também pela Polícia Civil.
Conforme publicação no Diário Oficial da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) desta sexta-feira (24), foi criada uma Comissão Especial para apurar quais procedimentos foram adotados pelos profissionais. O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 30 dias.
O caso
Segundo a Delegacia de Polícia Civil de Amambai, a morte aconteceu na terça-feira (14), mas o boletim de ocorrência só foi registrado na quinta (16). Na versão da família, o menino apresentou quadro viral na segunda-feira (13), quando foi levado pelo pai até um posto de saúde próximo da casa.
No local, a médica declarou se tratar de virose e receitou bromoprida, dipirona sódica e provance mini. No mesmo dia, mas pela tarde, o pai levou a criança no Posto Central da cidade, onde foi atendido por uma pediatra. A profissional apontou para uma inflamação na garganta, trocou a medicação anterior e receitou o amoxilina, dipirona e floax.
Já na madrugada da terça-feira, às 4h20, o menino apresentou febre de 38ºC, náuseas e vômitos. Dessa fez, foi levado até o Hospital Regional, onde recebeu uma compressa fria com água e álcool para diminuir a febre. O médico que o atendeu ministrou paracetamol, pois o pai alegou que o filho nunca havia tomado o dipirona.
A vítima tomou a medicação às 5h15 e 30 minutos depois foi aplicado na veia o dipirona intramuscular. Pouco mais de uma hora depois, a febre abaixou 37,6°C e o garoto foi liberado, mas duas horas após a saída do hospital, ele apresentou aspecto cianótico e hipotermia, retornando às 9h na unidade hospitalar, com a temperatura em 34°C.
Foram realizados diversos procedimentos, principalmente como aquecimento do corpo com manta térmica. A criança sofreu uma parada cardiorrespiratória, sendo feita a aplicação de adrenalina e iniciada a intubação, mas não resistiu e às 10h houve o óbito.
A família pediu um novo laudo médico – anato patológico, exame de sangue e DNA para comprovar a causa da morte do menino, pedindo também que esse processo fosse feito em outro laboratório da cidade.