Por reajuste, professores da Capital aprovam início da greve a partir do dia 1º de dezembro
Pais e estudantes da Rede Municipal de Ensino (REME) de Campo Grande foram surpreendidos nesta sexta-feira (25) com uma paralisação dos professores. A categoria, liderada pelo ACP (Sindicato Campo-grandense dos profissionais da Educação), protestou durante a manhã em frente a Prefeitura Municipal e, durante a tarde, se reuniu em assembleia geral na sede, onde ficou aprovado o indicativo de greve a partir do dia 1º de dezembro, já na reta final do calendário escolar de 2022.
Pela decisão aprovada, os professores irão trabalhar somente até às 11 horas na próxima segunda-feira (28), conforme já estava previsto por conta da realização do segundo jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, contra a Suíça, que será realizado a partir das 12 horas (MS). Já na terça (29), haverá uma nova reunião com a prefeita Adriane Lopes (Patriota) para debater o pedido dos professores quanto ao reajuste salarial.
Em entrevista à imprensa, o presidente da ACP, Lucílio Nobre, citou que a categoria aguarda desde 2014 o cumprimento da atual Lei nº 6.796, que estabelece o piso de 20 horas. “Vamos esperar a reunião de terça-feira e, então, votaremos novamente. Mas o indicativo é para greve”, afirmou, acrescentando que há muito tempo escuta a justificativa do Poder Público quanto ao sistema de responsábilidade fiscal para não aplicar o aumento de salário.
Já a prefeita alega que assegurou um aumento de 4,78% aos professores ainda quando o gestor era o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), que renunciou ao cargo em abril deste ano para concorrer ao Governo do Estado no pleito passado, sendo derrotado no primeiro turno. Entretanto, a legislação aprovada no início do ano condiciona o aumento dos professores ao cumprimento do Limite Prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Quando saiu da prefeitura, Marquinhos deixou o município com 59,6% de gasto do orçamento com a folha, ultrapassando o limite. “Hoje está em 57,1%, depois que a atual gestão adotou medidas de enxugamento de gastos, que continuam em andamento”, diz a prefeitura em nota. O limite prudencial é de 51,3%.
A ACP estima que, para o pagamento do reajuste, seriam necessários algo em torno de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões e cita que o Município recebeu R$ 70 milhões de verba do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) que poderiam ser usados para o conceder o aumento em dezembro, conforme o acordado. Sobre os dois dias em que não haverá aula por conta da paralisação, o Sindicato disse que serão ministradas aulas aos sábados para reposição.