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Por que dois em cada três carros brasileiros são brancos, pratas, cinzas ou pretos? Entenda

Poderia ser a cena de um filme de Charles Chaplin nos anos 1930, mas é a realidade de nossas ruas: branco, preto, cinza e prata são as cores preferidas do brasileiro na hora de comprar seu automóvel.

De acordo com um levantamento do g1 com base em dados na Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) confirma a sensação de que as ruas estão menos coloridas. Os números indicam que em junho de 2023, a frota de veículos no Brasil é de 80,4 milhões, sendo que 67% são de quatro cores. O levantamento informa que 21,2% dos carros são brancos, 18,9% pretos, 16,8% são prata e 10,2% são cinza.

Além de carros, os dados da Senatran consideram também motos, caminhonetes, caminhões e outros tipos de veículos. Eram 63% em 2013, quando a secretaria passou a levantar as cores dos automóveis.

O ponto fora da curva descolorida é o vermelho, com 15,6% da frota, que ainda resiste no gosto dos brasileiros.

Brasil sobre rodas menos colorido

Segundo os dados da Senatran, o Brasil está cada vez menos colorido. Branco, preto, prata e cinza são maioria em 95% dos 5.570 municípios brasileiros. Em 2013, eram maioria em 69% das cidades.

Um levantamento da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) indica diversidade ainda maior de cores no passado.

Dos 13 mil veículos cadastrados com dado de cor disponível até 1993, a cor mais comum era azul, com 17%. Depois apareciam branco e vermelho, ambos com 16%, verde (11%), bege (10%), cinza (7%) e preto e amarelo, com 6%.

A cor predominante em cada cidade

A análise da cor de veículo predominante na frota de cada cidade mostra a força das tonalidades neutras.

O branco ocupa o topo do ranking, como cor predominante em 2.333 cidades, logo acima do vermelho, com a maior proporção da frota em 2.217 cidades, principalmente no Norte e Nordeste.

No entanto, o vermelho aparece em regiões com população muito mais baixa e, portanto, com menor quantidade de veículos.

Cidades mais extravagantes

Já as cores mais “extravagantes” estão espalhadas pelo país sem um padrão claro, exceto pelo fato de serem cidades pequenas, com até 15 mil habitantes.

No Nordeste, em Cacimbas (PB), por exemplo, mais da metade dos veículos é na cor vermelha (51%). Já o município com mais veículos azuis é Meridiano (SP), com 16% do total.

A cidade a com mais veículos verdes é Lauro Muller (13%), em Santa Catarina.

Já o município com mais veículos laranjas é… Laranjal do Jari (7%), no Amapá.

Por que mais neutro?

Pouca gente sabe por que os carros são em boa parte disponibilizados nas cores preta e branca e em tons de prata. Alguns dos motivos dessa alta procura por modelos dessas tonalidades são o preço, a facilidade na revenda e a discrição. Mas também há uma relação dessa escolha com um gasto menor para as montadoras, que no passado começaram a oferecer cores mais neutras e de menor custo para ajustar suas linhas de produção. Quanto menos cores são oferecidas, menor é o custo para ajustar os injetores e robôs de pintura para pintar os veículos.

Em um estudo da Tendências de Cores Automotivas (PPG), o primeiro motivo de essas tonalidades (branco, preto, prata e cinza) serem as mais procuradas é o preço, uma vez que os tons sólidos são mais baratos para quem compra. Assim, aquele tom azul metálico, dourado ou vermelho geralmente é cobrado à parte.

Outro ponto observado pela pesquisa é a facilidade na hora de revender o veículo, já que é mais fácil encontrar um comprador que gosta dessas cores do que uma pessoa que prefira tonalidades chamativas, como amarelo, laranja, verde-limão, rosa, roxo, entre outras.

Por fim, a discrição do branco, preto, prata ou cinza foi outro fator apontado pelo estudo, pois essas tonalidades passam despercebidas no trânsito do dia a dia, o que também as torna cores preferidas para transporte de executivos e políticos.

Agora, se for para ter um carro esportivo, a pesquisa mostra que cores chamativas como vermelho, amarelo e azul.

*com informações G1